A pandemia do Metrô do Recife

O troca-troca de superintendentes do sistema metropolitano compromete a imagem de um sistema que sofre há anos com a ausência de recursos repassados pelo governo federal
Roberta Soares
Publicado em 11/05/2020 às 10:51
Se o nome de Dilson Peixoto vingar para a Superintendência da CBTU no Recife, a leitura que se pode fazer é de que será mais difícil desengavetar o projeto de privatização do sistema Foto: FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM


POR ROBERTA SOARES, DA COLUNA MOBILIDADE

Por mais que políticos e pessoas acostumadas às movimentações da política tentem minimizar o troca-troca de comandos no serviço público, as constantes mudanças causam má impressão e desacreditam. Passam a imagem de instabilidade, inconstância. No mínimo. E no caso do transporte público, setor técnico por essência, é ainda pior. Quando falamos de sistemas metroferroviários - que exigem ainda mais conhecimento técnico do que o transporte por ônibus, por exemplo - essa imagem negativa se potencializa. O Metrô do Recife vive esse momento. Infelizmente. De novo, mais uma vez. Tem o seu comando trocado pela segunda vez em menos de dois meses e pela terceira vez desde outubro de 2019. E tudo motivado pelos acordos e acomodações da política - no momento atual, por causa da aproximação do governo Bolsonaro com os partidos do chamado Centrão. Muitos dirão que sempre foi assim e que todos deveriam estar acostumados. Mas não é bem assim. No caso do Metrô do Recife, as consequências são grandes porque falamos de um sistema que sofre, há muito anos, de inanição. Sem recursos que garantam a sua sobrevivência. E que, embora seja essencial para pelo menos 400 mil pessoas todos os dias, ainda não é enxergado pela maioria dos gestores metropolitanos que têm suas cidades atendidas por ele.

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O fato de ser um sistema que atende aos municípios, integrado ao transporte operado pelo governo de Pernambuco, mas gerido pelo governo federal, transformou o Metrô do Recife em um objeto quase estranho na Região Metropolitana do Recife. Prefeitos e o governador não se apropriam dos problemas que ele enfrenta - e não é de hoje, vale ressaltar. Por tudo isso, o metrô metropolitano vive uma verdadeira pandemia. E a mais recente troca de superintendente - saiu o advogado Tiago Pontes, que havia assumido no dia 5 de março, e entra Carlos Fernando Ferreira da Silva Filho, que atuou como secretário de Habitação no Recife e em Jaboatão dos Guararapes - evidenciou ainda mais a pouca importância dada a ele. Deixou claro que, após três trocas de superintendente sequenciadas e todas sem a bagagem técnica que especialistas do setor afirmam ser necessária, o Metrô do Recife segue sendo apenas uma moeda de troca política. Pouco importa se ele está sendo desmontado, se foi tomado por ambulantes na maioria das suas 39 estações e se os seus passageiros andam em trens ultra-super lotados nos horários de pico, espremidos em vagões cuja refrigeração não tem a manutenção devida e, por isso, não esfriam. Quem anda sabe.

FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM - 98 milhões de reais foi o orçamento de 2019. Aumentou apenas R$ 3 milhões em 2020

Com todo respeito que os três últimos profissionais que cumpriram, como bons soldados, a missão de encarar a gestão de um monstro como é um sistema metroferroviário, em qualquer situação, o cenário que se desenha para o Metrô do Recife não é de otimismo. Ao contrário. É de desesperança. Alimenta a impressão de que, a qualquer momento, a Superintendência de Transportes Urbanos no Recife (STU), como a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) é denominada regionalmente, pode ser trocada novamente. Basta que os ventos mudem de rota em Brasília. Triste. Lamentável.

O Metrô do Recife nunca precisou de tanta atenção. Os problemas se acumulam, alimentados ano após ano pelos recursos insuficientes até para manter a operação básica do dia a dia. Segue totalmente dependente do orçamento federal, o que não haveria problema em muitos países pelo mundo - onde toda a sociedade paga pelo transporte coletivo, mesmo que utilize o automóvel. Mas no Brasil é diferente: a incapacidade financeira do sistema incomoda o governo federal. E não é de hoje, da atual gestão nacional ou da anterior, por exemplo. O incômodo é cultural e histórico.

Para quem não sabe, 85% do custo do Metrô do Recife é coberto por recursos do governo federal. Apenas 15%, menos de 20%, vêm da tarifa, mesmo após os reajustes que elevaram a passagem de R$ 1,60 para R$ 4 este ano. Toda a arrecadação do sistema vai para uma conta única da União e cabe às superintendências e à administração central da CBTU, no Rio de Janeiro, solicitar - e quase sempre, implorar - o orçamento. A pouca importância que a administração pública nacional dá ao sistema metropolitano - cenário idêntico para todos os metrôs públicos geridos pela CBTU - é tão histórica que, nos últimos anos os gestores do metrô passaram a comemorar até mesmo o repasse dos recursos, mesmo que eles sejam muito inferiores ao solicitado à Brasília.

Além de inferior, é comum ele ser contingenciado pelo governo federal, como aconteceu nos últimos dois anos. Este ano, por exemplo, o último superintendente do Metrô do Recife, Tiago Pontes - que ficou menos de dois meses na função -, comemorava o fato de o orçamento ter sido aprovado em alguns poucos milhões a mais do que no ano passado. Mas, mesmo assim, bem abaixo do que era necessário e foi solicitado. Passou de R$ 98 milhões em 2019 (o que representa apenas 35% do que o sistema precisava para operar bem e, por isso, foi requisitado) para R$ 101 milhões em 2020 (o equivalente a 51% do que foi pedido). Ou seja, apenas R$ 3 milhões a mais. E o mais triste é que são valores que garantem apenas o custeio do sistema. Recursos para investimentos é outra conversa e, se vier, deverá ser por emendas parlamentares - o que deixa o sistema ainda mais vulnerável aos ventos da política.


UM POUCO DO DRAMA DO METRÔ DO RECIFE

O Metrô do Recife é um dos cinco sistemas públicos geridos pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) que enfrentam dificuldades em esboçar reação e se tornarem eficientes. Tem uma operação cara precisa de, no mínimo, R$ 120 milhões só para o custeio anual , sem considerar os investimentos fundamentais para a expansão e prestação de um serviço melhor. Transporta, em média, 400 mil passageiros por dia e não teve um único quilômetro de trilhos expandido desde 2009, quando a Linha Sul que liga o Centro do Recife ao Sul da Região Metropolitana pelo litoral entrou totalmente em operação. É um sistema que parou no tempo.

FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM - 51% é o percentual que representa o orçamento anual liberado pelo governo federal diante do custo que o Metrô do Recife de fato necessita para operar bem

Dos R$ 845 milhões repassados anualmente pelo governo federal à CBTU para custeio, R$ 454 milhões são para o sistema pernambucano. E, mesmo assim, os recursos são insuficientes. O Metrô do Recife vive com o pires na mão. Embora o sistema precise, apenas para garantir a boa operação, de mais de R$ 100 milhões sem considerar investimentos , o orçamento aprovado para 2019 foi de R$ 98 milhões. E, mesmo assim, foi reduzido posteriormente para R$ 56 milhões, sendo repassado lentamente ao longo do ano. Como se não bastasse, a receita tarifária cobre menos de 20% do custo do sistema. O resto é subsidiado pela União.

RELAÇÃO TARIFÁRIA COM O ÔNIBUS

O metrô recifense tem uma característica operacional que prejudica a sua própria saúde financeira e que precisa ser considerada. Transporta 100 milhões de passageiros por ano, mas não recebe por esse total. A tarifa de 56% dos passageiros transportados é paga nos ônibus que fazem integração com o metrô. Existe, ainda, os 3% de gratuidade. No fim, somente 33% do que é arrecadado é a tarifa efetiva do metrô. Mesmo com a passagem chegando a R$ 4 (como aconteceu em março de 2020), por exemplo, o sistema fica com apenas R$ 1,32 do valor. Ou seja, o equilíbrio financeiro é impossível de ser conquistado.

O sucateamento do metrô também é gritante. Em oito meses de 2019, foram 80 panes que paralisaram as Linhas Sul e Centro, a maior de todas, respondendo pelo transporte de 250 mil pessoas/dia. As falhas, inclusive, aumentaram quase 30% em relação a 2018. No total, o Metrô do Recife tem 40 trens, mas conta com apenas 26 porque 14 estão quebrados desde 2016, na oficina operacional, sem previsão de conserto. Há, ainda, os ambulantes, que dominaram o sistema e atuam não só nas plataformas, mas também no interior dos trens sem qualquer constrangimento.

 

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trocas de comando aconteceram no Metrô do Recife no período de cinco meses. Duas delas no intervalo de dois meses

51%
é o percentual que representa o orçamento anual liberado pelo governo federal diante do custo que o Metrô do Recife de fato necessita para operar bem

35%
foi o percentual do orçamento liberado em 2019

101
milhões de reais é o valor definido pelo governo federal para custear a operação do sistema em 2020

98
milhões de reais foi o orçamento de 2019. Ou seja, aumentou apenas R$ 3 milhões em 2020

85%
do custo de operação do Metrô do Recife é bancado por subsídio federal. A receita tarifária cobre apenas 15%


FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM - 101 milhões de reais é o valor definido pelo governo federal para custear a operação do sistema em 2020

Devido à incapacidade da gestão em coibir a farra do comércio informal, os vendedores viraram símbolo negativo do sistema e motivo de brincadeiras nas redes sociais pela variedade de produtos que oferecem. Esqueça a oferta de itens eletrônicos, como capas e cabos para celular, por exemplo. A desordem dos ambulantes no sistema vai muito além disso. É possível encontrar de salame a empanado, passando por caranguejo vivo, vale ressaltar, até consolos sexuais.

AS MAZELAS DO METRÔ DO RECIFE

Ambulantes dominaram o sistema
Atualmente, o maior de todos os problemas do Metrô do Recife é o comércio informal. Os ambulantes estão por toda parte do sistema, dentro dos trens e nas plataformas. Nem mesmo a lotação das composições intimida as vendas, feitas aos gritos e com muita desordem. Diante da impotência da gestão, os vendedores oferecem o que querem, na hora que querem e onde querem. O comércio informal é, inclusive, a origem de outros desafios do sistema metropolitano, como a sujeira e os assaltos.

Sujeira por todo lado
O Metrô do Recife em quase nada lembra o sistema eleito, há mais de 20 anos, como o mais limpo do País. Em alguns momentos e estações, o transporte sobre trilhos poderia ser chamado de transporte sobre lixo, de tanta sujeira encontrada na linha, produzida pelos passageiros que consomem os produtos dos ambulantes e, sem educação, descartam na própria rede.

Degradação isola estações
O Metrô do Recife ainda não conseguiu se integrar à cidade. Com pouquíssimas exceções, as estações do sistema são isoladas do cotidiano urbano dos quatro municípios cortados por ele (Recife, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe e Cabo de Santo Agostinho). São equipamentos que têm acesso difícil, com caminhos escuros, sujos, degradados e perigosos.

 

CBTU/DIVULGAÇÃO - Novo superintendente do Metrô do Recife, o advogado Carlos Fernando Ferreira

ENTREVISTA NOVO SUPERINTENDENTE/CARLOS FERNANDO FERREIRA

“SEI DO DESAFIO QUE TENHO PELA FRENTE E VIM PARA DAR O MEU MELHOR"

O advogado Carlos Fernando Ferreira conversou com o JC na quarta-feira (6/5), tendo menos de uma semana no cargo. Ainda se acostumando ao desafio de administrar o Metrô do Recife, garantiu que o fato de ser indicado politicamente não o desmerece e que está acostumado à administração pública, tendo atuado como secretário de Habitação do Recife e de Jaboatão dos Guararapes. Ainda verde diante dos problemas do sistema metroviário, garantiu que irá se empenhar para ajudar o metrô. Mostrou-se um soldado pronto a cumprir a missão que o entregaram.

 

JC - O senhor entende muito, pouco ou nada de metrô?
CARLOS FERNANDO FERREIRA - Entendo sim. É claro que não entendo como um técnico, obviamente, mas eu tenho uma visão ampla do sistema. Estou acostumado a lidar com a administração pública. Gosto do desafio, é nesses lugares que a gente tem como contribuir.

JC - E como é chegar ao cargo como uma indicação política, no seu caso, do prefeito de Jaboatão dos Guararapes. Como é estar no meio da disputa entre partidos políticos sendo um técnico?
CARLOS FERNANDO FERREIRA - Veja, eu sou um técnico, tenho experiência em administração pública e meu papel no metrô é contribuir para a melhoria do sistema. Conseguir mais recursos e atuar nos pontos de dificuldade, que são muitos. Sobre a questão política, realmente há uma modificação natural, é um cargo de comissão, de livre nomeação. De fato, fui indicado politicamente, até porque, por ser um cargo de comissão, você tem que ser nomeado por alguém. Mas eu não tenho vinculação político-partidária, sou realmente técnico. E pretendo exercer esse papel de melhorar o sistema do metrô. Vim para dar o meu melhor.

JC - O Metrô do Recife é um problema grande, há muito tempo, e sem perspectivas. Como o senhor está encarando esse desafio?
CARLOS FERNANDO FERREIRA - Existem muitos desafios, mas temos um estudo de planejamento que identifica os problemas por grau de importância, de emergência. Não vou dizer que a gente vai transformar, do dia para a noite, o metrô no melhor sistema do mundo. O que a gente tem que ter, até pela situação do País, com recursos reduzidos e a pandemia, é buscar atuar no principal, no mais urgente.

JC - Esse ano parece que o orçamento do metrô está menos ruim do que no ano passado, mas mesmo assim, ainda bem abaixo do que o sistema precisa…?
CARLOS FERNANDO FERREIRA - Melhorou um pouco sim. Em 2019, foram solicitados R$ 280 milhões e vieram R$ 98 milhões, o equivalente a 35% do valor. Esse ano houve um aumento. Foram solicitados R$ 197 milhões e foram autorizados R$ 101 milhões, que representam 51% do valor pedido. Seguimos recebendo de pouco em pouco, mais em valores maiores. No ano passado, a situação estava pior porque o orçamento ficou retido e só foi liberado, em quase sua totalidade, no fim do ano. Agora está mais frequente. Também estamos trabalhando junto a deputados para captar recursos de investimento via emendas de bancadas e individuais.

JC - Quais as principais metas da sua gestão?
CARLOS FERNANDO FERREIRA - Um dos pontos principais é melhorar o sistema de manutenção. Diminuir o tempo de retorno do equipamento para a operação. A aquisição de algumas máquinas que podem ajudar. Não estamos falando de comprar trens novos, isso não vai acontecer, pelo menos agora. Também pretendo melhorar a questão de acessibilidade nas estações. E vamos buscar recursos para investimentos. Solicitamos à União R$ 505 milhões. Mas não sabemos se haverá liberação.

FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM - 85% do custo de operação do Metrô do Recife é bancado por subsídio federal. A receita tarifária cobre apenas 15%

JC - Sobre o acidente envolvendo dois trens do metrô… Muitos denunciam que houve falhas técnicas antes da falha humana…
CARLOS FERNANDO FERREIRA - Teremos a divulgação do laudo interno nesta segunda-feira (11/5). Eu ainda não sei se houve uma falha ou se foi a conjugação de falhas humana e técnica. Mas vamos tomar as medidas necessárias. Até porque é o meu dever.

JC - E sobre a relação financeira com o sistema de transporte de ônibus, que fica com quase 50% da tarifa paga pelos passageiros transportados pelo metrô, o que o senhor pretende fazer?
CARLOS FERNANDO FERREIRA - Eu pretendo encarar esse problema sim. Ampliar a integração temporal nos terminais com os ônibus. Também pretendo resolver a questão do passivo de R$ 100 milhões. Construir uma solução com o setor empresarial de ônibus e o governo de Pernambuco que não prejudique o metrô. Pelo que fui informado, os repasses mensais voltaram a atrasar. Eu acredito muito no diálogo, na construção de uma solução que minimize os problemas para o metrô.

JC - Como o senhor vê a decisão do governo federal de conceder os metrôs geridos pela CBTU à iniciativa privada?
CARLOS FERNANDO FERREIRA - Confesso que ainda não me aprofundei sobre o tema. Existe um grupo criado junto ao BNDES, mas não tenho detalhes. Até porque o processo deu uma acelerada, mas agora arrefeceu por causa da pandemia e não sabemos qual será a orientação do governo federal daqui para a frente.

JC - Em relação à pandemia, o senhor pretende manter a operação do metrô do jeito que está?
CARLOS FERNANDO FERREIRA - Vou manter sim. Seguimos com a operação parcial, apenas nos horários de pico. Reforçamos a higienização dos trens, de piso, corrimão, assentos, para minimizar a proliferação do coronavírus. Seguimos com a parceria com o Comando Militar do Nordeste, que já higienizou 11 estações. Temos adquirido equipamento de proteção individual para os funcionários, tanto de operação como do administrativo e fizemos a doação de cinco mil máscaras para os passageiros.

JC - Você é a favor de exigir o uso de máscaras pelos passageiros no metrô? Várias cidades no Brasil e no mundo adotaram, mas Pernambuco ainda não...
CARLOS FERNANDO FERREIRA - Sou sim. Não sou infectologista, mas pelo avanço da situação de contágio, acho importante sim. Mas dependo de uma determinação federal ou estadual. Um decreto do Estado ou do Ministério da Saúde. Não teria lógica o metrô exigir e o ônibus não.

JC - E sobre a questão dos ambulantes e a entrada da Polícia Militar para ordenar o sistema?
CARLOS FERNANDO FERREIRA - Ela vai entrar sim. Estamos aguardando apenas a pandemia do coronavírus passar para operacionalizar o convênio. Vai vingar sim. Já temos recursos para isso. São R$ 318 mil por mês para esse projeto. A PM irá atuar para inibir os ambulantes e colocar ordem. Além disso, temos hoje 1.380 câmeras de alta definição, que têm contribuído muito para a redução da insegurança no metrô. Em 2019 foram 97 ocorrências de assaltos no sistema e, esse ano, até o dia 5 de maio tinham sido 41 registros.

JC - Agora, a pergunta que não pode faltar: você é usuário do metrô ou do transporte público?
CARLOS FERNANDO FERREIRA - Já andei de metrô, mas hoje ando de automóvel.

 

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