TRANSPORTE PÚBLICO

Transporte público ainda sem estratégia para a retomada das atividades em Pernambuco

Governo do Estado não apresentou nenhuma estratégia para ampliar a oferta do serviço tanto metropolitano como intermunicipal

Roberta Soares Roberta Soares
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Roberta Soares
Roberta Soares
Publicado em 02/06/2020 às 8:51 | Atualizado em 02/06/2020 às 9:00
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A proposta apresenta soluções para combater as desigualdades, a crise climática e garantir o direito à cidade - FOTO: BRENDA ALCÂNTARA/JC IMAGEM

Embora a preocupação em não sobrecarregar ainda mais o transporte público tenha predominado nas falas dos secretários estaduais que explicaram o plano de convivência com a covid-19, nenhuma estratégia foi anunciada para evitar as aglomerações frequentes e diariamente denunciadas pelos passageiros nos horários de pico durante a retomada parcial da rotina. Nada. Nem para o sistema da Região Metropolitana do Recife, muito menos para o transporte intermunicipal, que teve a operação suspensa logo no início da pandemia, ainda em março, e depois passou a operar com apenas 10% da frota.

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Resumo do plano de reabertura econômica em Pernambuco - Reprodução

É o transporte intermunicipal, inclusive, quem tem papel fundamental para o deslocamento de setores como a construção civil, por exemplo, que terá a retomada das atividades na segunda-feira (8/6). Muitos dos trabalhadores do setor residem na Zona da Mata e trabalham na capital ou em cidades do Grande Recife. O governo de Pernambuco chegou a suspender todo o serviço no dia 20 de março, mas no dia 23 voltou atrás e determinou a operação parcial do transporte coletivo intermunicipal rodoviário no Estado, sistema operado por ônibus rodoviários e que liga a Região Metropolitana do Recife a cidades do interior (Zona da Mata, Agreste e Sertão) e entre os municípios dessas regiões. Mesmo assim, com restrições: apenas para funcionários e colaboradores de serviços essenciais e autorizados. Para quem não sabe, o Sistema de Transporte Coletivo Intermunicipal de Passageiros do Estado de Pernambuco é operado por doze empresas e tem 130 linhas. A gestão do serviço é da Empresa Pernambucana de Transporte Intermunicipal (EPTI), que informou apenas que “por enquanto não há mudanças na operação”.

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Lotação e aglomerações têm sido frequentes nos horários de pico, o que será potencializado com a reabertura das atividades econômicas no Estado - BRENDA ALCÂNTARA/JC IMAGEM

O retorno sobre a operação do serviço de ônibus na Região Metropolitana do Recife foi parecido. O governo do Estado segue afirmando que a situação está sob controle e que não há lotação nos ônibus, embora nesta segunda-feira (01/6), primeiro dia após o fim do lockdown em cinco cidades da RMR, mais aglomerações tenham sido presenciadas nas paradas de ônibus e nos terminais integrados, o que será potencializado com a reabertura das atividades econômicas no Estado. Por nota, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação - gestora do serviço - informou que “continuará monitorando e fiscalizando a circulação dos ônibus e a demanda dos usuários ao longo dos dias para fazer os devidos ajustes, caso sejam necessários”. E que continuará disponibilizando, nos 15 principais terminais integrados, 110 ônibus extras.

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Quadro com redução da covid-19 - DIVULGAÇÃO

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Quadro com redução da covid-19 - DIVULGAÇÃO

Sobre a ampliação do serviço para a retomada de algumas atividades econômicas, disse estar avaliando o percentual de incremento que será necessário implementar a partir da próxima semana. “Vale registrar que o retorno às atividades está sendo planejado com horários de funcionamento que minimizem o impacto no horário de pico”, destaca a nota. O transporte por ônibus metropolitano segue operando com 53% da frota desde que a pandemia começou, com a realização de 55% das viagens. Ou seja, com apenas metade da oferta. O mesmo acontece com o Metrô do Recife, que tem funcionado apenas nos horários de pico da manhã (6h às 9h) e da noite (16h30 às 20h), registrando lotações nesses horários.

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Sistema de ônibus tem operado com 53% da frota desde que a pandemia começou e o Estado não fala em ampliação - BRENDA ALCÂNTARA/JC IMAGEM

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