A Prefeitura do Recife está implantando três novas rotas para a bicicleta na cidade: as Ciclofaixas Antônio Falcão, Rosarinho e Padre Roma. Os trechos são pequenos e o anúncio surge numa semana decisiva para as eleições municipais - isso precisa ser destacado -, mas são importantes porque vão permitir a conexão entre estruturas cicloviárias que já operam há anos e que nunca tiveram essa ligação entre si. Apesar de ciclistas e cicloativistas sempre alertarem para isso. São três rotas estratégicas para conectar os equipamentos - uma das principais deficiências da rede ciclável da cidade, ao lado da ausência de estruturas em grandes corredores viários da capital.
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No bairro de Boa Viagem, a 2ª etapa da Ciclofaixa Antônio Falcão, em Boa Viagem, na Zona Sul da cidade, ligará - finalmente - a estrutura que já existe na Avenida General Mac Arthur (continuação da Antônio Falcão, na Imbiribeira) com a ciclovia da Avenida Boa Viagem, um vácuo deixado pelo município desde que a ciclofaixa foi implantada. Terá dois quilômetros e passará pelas Ruas Félix de Brito, Francisco da Cunha e Antônio Falcão. Com a conexão já existente para a Ciclovia da Via Mangue, que tem cinco quilômetros, a malha para o ciclista na região é sensivelmente ampliada.
Na Zona Norte, a Ciclofaixa Padre Roma vai ligar as rotas da Estrada do Arraial e Estrada do Encanamento à Ciclofaixa Rosarinho, implementadas há mais de oito anos e até hoje sem conexão. Já no Centro do Recife, a Ciclofaixa Hospício vai ligar a Rota Boa Vista (criada para compensar a ausência da estrutura na requalificação da Avenida Conde da Boa Vista) à Ciclovia Graça Araújo (localizada nas Avenida Mário Melo e na Rua dos Palmares). Os novos equipamentos começaram a ser implantados e serão finalizados até final de dezembro.
Mesmo pequenas, as conexões têm importância maior do que os números que a prefeitura tem feito questão de evidenciar, exaltando que ampliou em 500% a malha cicloviária da cidade, o que é verdade - eram apenas 24 quilômetros antes das duas últimas gestões -, mas esquecendo de destacar que o Recife ainda só tem 144 quilômetros de estrutura para a bicicleta, o que é muito pouco para uma cidade com um sistema viário de 2.500 quilômetros e porque a maioria dessas rotas não estão onde o ciclista passa, precisa e quer passar. Mas, como qualquer pessoa que pedala costuma dizer: quem usa a bicicleta jamais vai reclamar de uma nova estrutura cicloviária. Quanto mais melhor.
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