Você bebe e dirige? Cresce número de motoristas alcoolizados ao volante
Números de flagrantes de alcoolemia ao volante estão aumentando em Pernambuco em todas as esferas. Aliás, temos batido recordes negativos
Você bebe e dirige? Acha que, às vezes, bebendo pouco, não tem problema se arriscar? Ou nem liga e consome álcool quando quer e assume o volante como via de regra? Se você é um desses condutores - torço para que não seja - saiba que tem contribuído para o aumento dos casos de motoristas alcoolizados ao volante, uma realidade que voltou a fazer parte do cenário em Pernambuco. Uma triste realidade, aliás, constatada pela fiscalização de trânsito, tanto estadual como federal.
Motoristas estão bebendo e dirigindo mais em Pernambuco. Flagrantes aumentaram 70%
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O alerta é feito às vésperas de mais uma edição da Semana Nacional de Trânsito, que acontece oficialmente entre os dias 18 e 25 de setembro. E tem razão de ser devido aos números que vêm sendo registrados desde a redução da pandemia de covid-19. O aumento dos casos começou com a Operação Lei Seca, coordenada pela Saúde de Pernambuco e realizada predominantemente nas vias urbanas - que registrou um aumento de 70% nos flagrantes de motoristas alcoolizados nos primeiros meses de 2021. E, agora, chega também às 11 rodovias federais que cortam o Estado.
Em um único dia de fiscalização, 41 pessoas foram autuadas por alcoolemia pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Pernambuco. O total de autuações, acreditem, representou a mesma quantidade verificada durante todo o período da Operação Independência, realizada no feriadão de 7 de Setembro deste ano (entre os dias 3 e 7 de setembro). O recorde foi batido no domingo 12/9. Numa ação integrada com a Operação Lei Seca, foram realizadas fiscalizações de alcoolemia nas BRs - o que, verdade seja dita, não é comum o poder público fazer.
Além do Recife, as blitzes foram realizadas em Caruaru e Garanhuns, no Agreste, Serra Talhada, Salgueiro e Petrolina, no Sertão. Do total de autuações, 36 foram por recusa em realizar o teste e cinco por constatação. Os flagrantes evidenciam, também, que o desrespeito à regra “se beber não dirija” é muito, muito grande no interior do Estado.
Beber e dirigir pesa no bolso também. Não custa lembrar. Os condutores flagrados sob efeito de álcool estão sujeitos a uma autuação no valor de R$ 2.934,70, recebem sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e suspensão do direito de dirigir por 12 meses, além de serem encaminhados à uma Delegacia de Polícia Civil, se o índice aferido no teste for superior a 0,33 mg/l (0,33 miligramas de álcool por litro de ar).
Flagrantes aumentaram 70% em Pernambuco
Dados da Operação Lei Seca mostram que os flagrantes de alcoolemia subiram 70% em 2021, numa comparação com o ano passado. Os números acendem um alerta no Estado, que recentemente teve 15% das mortes associadas ao consumo de álcool provocadas pela mistura no trânsito e a terceira maior taxa de óbitos atribuídos à ingestão de bebidas por 100 mil habitantes do País, segundo estudo do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa).
Foram mil flagrantes a mais de alcoolemia nos primeiros seis meses de 2021 em relação ao mesmo período de 2020. Enquanto de janeiro a junho de 2020 a Operação Lei Seca flagrou 1.504 motoristas sob efeito de álcool, em 2021 já são 2.567 flagrantes. Enquanto em 2019 a Lei Seca abordou mais de 138 mil motoristas entre janeiro e junho, registrando 1.737 casos de alcoolemia, em 2021 foram 95.889 condutores abordados e 830 flagrantes a mais.
Outro aspecto que precisa ser considerado no crescimento dos casos de motoristas que insistem na mistura álcool e direção é que a grande maioria dos registros de alcoolemia são por recusa, ou seja, quando o motorista se nega a realizar o teste no etilômetro. Muitos o fazem porque querem evitar a prática do crime de trânsito, que vai além da multa financeira. O crime de trânsito se configura quando o nível de álcool no sangue excede os 0,33 miligramas de álcool por litro de ar. Nesses casos, a pessoa é encaminhada à delegacia de polícia e, para não ficar presa, paga uma fiança definida pelo delegado.