Bebida e direção provocaram 15% das mortes associadas ao consumo de álcool em Pernambuco
Estado apresenta a terceira maior taxa de óbitos atribuídos à ingestão de bebidas por 100 mil habitantes do País
A mistura de álcool e direção segue preocupante em Pernambuco. Estudo do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) mostrou que ela respondeu por 15% das mortes associadas ao consumo de álcool no Estado. Pernambuco, inclusive, apresenta a terceira maior taxa de óbitos atribuídos à ingestão de bebidas por 100 mil habitantes do País.
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São 37,8 mortes por 100 mil habitantes. O Estado fica atrás apenas do Ceará (38,2 mortes/100 mi habitantes) e de Sergipe (39,3 mortes/100 mil habitantes). As constatações fazem parte da terceira edição da publicação Álcool e a Saúde dos Brasileiros – Panorama 2021, que faz um diagnóstico da ingestão de bebidas e suas consequências para a saúde da população a partir de dados do Ministério da Saúde. E as análises têm como base os números de 2018.
Entre as principais causas dos óbitos relacionados ao álcool no Estado estão a violência interpessoal (20%), casos de cirrose hepática (18%) e, na sequência, os sinistros de trânsito (não é mais acidente de trânsito. Entenda a razão), com 15% das mortes. No Brasil, a taxa de mortes associadas ao uso de álcool é de 32,6 óbitos/100 mil habitantes. O Cisa lembra, entretanto, que o índice é o menor desde 2015 e que em 2017 - ano de referência para o estudo anterior - Pernambuco aparecia na segunda posição do ranking.
“A direção de veículos após a ingestão de bebidas alcoólicas é um grave problema de saúde pública. Tivemos avanços importantes e precisamos trabalhar para que a população entenda que os efeitos do álcool são complexos e variam de pessoa para pessoa. Por isso, a melhor recomendação quando falamos em preservação de vidas é abster-se totalmente de bebida alcoólica se for dirigir, porque mesmo em pouca quantidade, o álcool pode afetar a capacidade de direção. É preciso que fique claro: álcool e direção, nem com moderação”, analisa Arthur Guerra, psiquiatra e presidente executivo do CISA.
SINISTROS DE TRÂNSITO
Os eventos de trânsito são um problema no País e no Nordeste. Segundo estudo do Cisa, eles representam a segunda principal causa de óbitos associados ao álcool no Brasil, representando 16,4% das mortes. E a terceira causa no Nordeste (16,9%).
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Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, 1,35 milhão de pessoas morrem a cada ano em decorrência da violência no trânsito – é a 9ª posição entre as principais causas de morte no mundo. Apesar de os países de baixa e média renda concentrarem apenas 60% dos veículos do mundo, eles representam 93% das mortes no trânsito, das quais mais da metade ocorre entre usuários vulneráveis das vias: pedestres, ciclistas e motociclistas (OPAS, 2019).
CONFIRA O ESTUDO NA ÍNTEGRA AQUI
No Brasil, os sinistros de trânsito são a segunda causa de morte não natural evitável na população geral e a segunda causa de morte entre escolares de 13 a 17 anos, segundo dados de 2015 da Organização Mundial da Saúde ( (OMS, 2015).