Ciclovia em zigue-zague construída em Balneário Camboriú (Santa Catarina) gera polêmica
Repleta de curvas, a nova ciclovia é inspirada na Lombard Street, uma ladeira íngreme na cidade de São Francisco, nos EUA
Uma nova ciclovia implantada em Balneário Camboriú, cidade do Litoral Norte de Santa Catarina, tem gerado polêmica na internet. De um lado, os defensores do projeto e, do outro, os críticos. Repleta de curvas, a nova ciclovia é inspirada na Lombard Street, uma ladeira íngreme na cidade de São Francisco, nos EUA, usada por veículos. Tem um charme e boa sinalização, sendo segura para o ciclista por estar totalmente segregada do tráfego de veículos. Mas o ziguezague do projeto é visto como um obstáculo a mais para quem pedala.
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A principal crítica veio do ciclista e pesquisador Daniel Guth, que pontuou a opção de oferecer curvas para quem pedala, enquanto os automóveis - que mais precisariam reduzir velocidades - têm uma circulação em linha reta. Guth, que é pesquisador de mobilidade urbana e diretor executivo da Aliança Bike - associação que reúne o segmento comercial da bicicleta -, explica que as curvas deveriam ser evitadas porque fazem o ciclista pedalar ainda mais. “Muito legal a nova ciclovia em Balneário Camboriú. Mas não tem nenhum sentido o desenho dela, obrigando ciclistas a pedalarem o dobro da distância. E pior: o desenho retilíneo foi deixado aos automóveis, que são os que mais precisam de controle de velocidade”, comentou.
As curvas sinuosas na nova ciclovia da Estrada da Rainha, em Balneário Camboriú, segundo a Aliança Bike, foram planejadas exatamente para evitar sinistros de trânsito envolvendo ciclistas em alta velocidade. Isso porque, somente em 2021, duas pessoas que pedalavam morreram atropeladas na via. O projeto foi pensado também para transformar a via em um ponto de turismo de contemplação. O argumento da gestão local é que as curvas bem abertas forçam o ciclista (nesse caso, os velocistas) a reduzir a velocidade na via.
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