Uber se une aos táxis em Nova York. Quem diria
Tarifas de uma corrida de táxi reservadas pela plataforma serão aproximadamente as mesmas cobradas pela fórmula básica do Uber X
O que ninguém imaginaria, lá atrás, quando começava uma nova forma de deslocamento que revolucionaria a mobilidade urbana mundial, aconteceu: Uber e táxis se uniram. Por enquanto, pelo menos nos Estados Unidos.
A Uber anunciou que integrará todos os táxis da cidade de Nova York em sua plataforma, um ponto de virada em sua relação com os famosos carros amarelos após anos de tensão e um sinal da estratégia de crescimento do grupo.
Muita gente pode estar pensando: ah, mas a 99 fez isso no Brasil por um tempo, quando começou no País, ainda em 2015. Verdade, mas a animosidade entre as duas categorias foi forte por alguns anos. E muito maior com a Uber, que foi a pioneira do serviço.
Quem não lembra das brigas e do medo de andar de aplicativo antes das liminares judiciais conquistadas pelas plataformas como Uber e 99?
ESTRATÉGIA DE SOBREVIVÊNCIA
Sob um acordo com a Comissão de Táxis e Limousines, que regula a atividade, a Uber vai hospedar o software de reserva de táxis de Nova York, que era um concorrente direto, em seu aplicativo virtual, segundo informações da empresa ao jornal Wall Street Journal.
De fato, os táxis de Nova York já haviam lançado seus próprios aplicativos de reserva, CMT, Arro e Curb.
"Estamos entusiasmados com a parceria com os fornecedores de software CMT e Curb, que beneficiarão os taxistas e todos os nova-iorquinos", disse o vice-presidente da Uber, Andrew Macdonald, em nota enviada à AFP.
"Em todo o mundo, a Uber tem um longo histórico de parcerias com o setor de táxis para fornecer aos taxistas mais maneiras de gerar renda e aos passageiros outra opção de locomoção", acrescentou.
As tarifas de uma corrida de táxi reservadas pela plataforma serão aproximadamente as mesmas cobradas pela fórmula básica do Uber X, disse o grupo ao jornal.
No caso da 99, por exemplo, essa equidade de valores não existe e táxi segue sendo mais caro que os aplicativos.
A chegada do Uber a Nova York em 2011 transformou o setor de transporte, como em muitas outras cidades do mundo, e pressionou os táxis comuns, que até então gozavam de um quase monopólio.
Desde então, a cidade viu como o número de táxis se mantém quase inalterado, cerca de 14.000, mas o número de veículos de passageiros com motorista (VTC) dispara, ao ponto de o município ter congelado o licenciamento em 2018.
A pandemia de coronavírus e a subsequente queda no tráfego atingiram especialmente os táxis, já em dificuldades de Nova York.
No Brasil, serviço de app vem perdendo parceiros devido ao aumento dos combustíveis. E esse perda significa maior tempo de espera e corridas mais caras.
É tudo uma questão de sobrevivência. Para todos.
E que será boa para o passageiro, sem dúvida, porque contará com a qualidade do serviço ofertado pelos táxis - motoristas mais experientes e que dominam os caminhos, mesmo sem Wazes e Googles da vida -, com o preço ainda acessível dos aplicativos de transporte individual de passageiros.