Não é à toa que o passageiro do sistema de transporte público reclama tanto da qualidade dos ônibus em operação nas cidades e regiões metropolitanas do País - no Grande Recife não é diferente. Não é sem razão que dizem que muitos dos coletivos são velhos, barulhentos e quebram com frequência.
Levantamento do próprio setor aponta que o Brasil nunca teve uma frota de ônibus tão velha quanto agora, entre os anos de 2021 e 2022. A frota de coletivos urbanos - que respondem por mais de 50% do transporte da população nas cidades - é a mais velha dos últimos 27 anos.
Transporte público: 10,8 milhões de passageiros deixaram os ônibus com a pandemia
Os ônibus estão, atualmente, com uma idade média de seis anos, considerada a mais alta desde 2012. E, para que o leitor entenda, se a idade média está em seis anos, significa dizer que há coletivos circulando com o aval da gestão pública com dez, 12 anos. Provavelmente, até mais.
Esse cenário é provocado pela crise histórica do transporte público brasileiro, potencializada com a pandemia de covid-19, que teve efeitos diretos na qualidade do serviço prestado à população. A perda de 11 milhões de passageiros em 2021 e a ausência de fontes de financiamento social impactaram nos investimentos do setor.
CONFIRA números do setor em 2022:
Realidade do setorNTU_2022 by Roberta Soares on Scribd
E o resultado é sempre o mesmo: quem perde é o passageiro, com a redução do serviço - o que significa mais espera pelo ônibus - e veículos velhos, desconfortáveis e que quebram.
Os dados fazem parte de um tradicional anuário produzido pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) e divulgado durante seminário que acontece em São Paulo.
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Anuario_NTU2021-2022 by Roberta Soares