Além de finalizar projetos atrasados, incompletos, que já viraram lendas urbanas no Estado, o futuro governador também terá que se preocupar em inovar na mobilidade urbana. Pensar fora da caixa e modernizar a oferta de mobilidade. Caso contrário, verá cada vez mais a população optando pelo transporte individual e deixando o coletivo de lado, o que aumentará a conta a ser paga pela administração pública.
O alerta é feito por Avelar Loureiro Filho, empresário que comanda o Movimento Pró-Pernambuco, entidade que engloba 32 instituições do setor produtivo do Estado. Avelar alerta para o fato de que o Estado perdeu a capacidade de planejar e, por isso, o futuro governador precisará correr.
“Temos projetos previstos há 40/45 anos que até hoje não foram executados e seguimos sem estimular a ocupação por moradia dos corredores de transporte da Região Metropolitana. O governador terá que observar essa mudança porque é papel do Estado”, afirma.
OUTROS DESAFIOS:
“Precisamos colocar as pessoas morando mais próximas dos corredores. Reforçar as policentralidades, como já acontece em alguns bairros como Boa Viagem, Ilha do Leite e Piedade, para citar alguns. Por outro lado, esvaziamos o Centro do Recife e esse resgate precisa ser feito com o estímulo do Estado”, segue.
Avelar defende que a modernização aconteça, principalmente, no tipo de transporte público oferecido à população - área que é gerida pelo futuro governador. "Hoje a gente só tapa buraco e apaga incêndio. Precisamos pensar e planejar a médio e longo prazo. A área central do Recife vai mudar completamente. Serão mais de 40 mil novas habitações em dez ou 20 anos na região, descomprimindo a periferia”, prevê.
MAIS DESAFIOS:
“O transporte coletivo precisa estar adequado para isso. Precisamos esquecer os ônibus e BRTs. Teremos que mudar o modal de todo jeito e já temos cidades no próprio Nordeste fazendo isso, como é o caso de Salvador (BA) e de Medellín (Colômbia), que apostaram em sistemas sobre trilhos modernos e flexíveis para cidades ocupadas e com pouco espaço para construção”, defende.
O exemplo de Salvador a que se refere o presidente do Movimento Pró-Pernambuco é o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) do Subúrbio de Salvador, que será uma Parceria Público Privada (PPP) e representará um investimento de R$ 2,5 bilhões. Tem previsão de iniciar a operação em março de 2023, ficando totalmente concluído em maio de 2024.
CONHEÇA O PROJETO DO MONOTRILHO DE SALVADOR
Em Medellín, o metrô é de superfície e por cabos teleféricos, que cortam a cidade de todas as áreas. São quase 100 quilômetros de extensão.