Desde a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 50,9% dos votos válidos, no último domingo (30), grupos pró-Bolsonaro, incluindo caminhoneiros, em todo o Brasil organizaram-se em protesto para o bloqueio de rodovias.
Os atos vêm sendo articulados desde o fim das Eleições 2022 por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), que foi à disputa do 2° turno eleitoral, mas não foi reeleito à Presidência.
Desde esta quinta-feira (17), após recente decisão do ministro Alexandre de Moraes, comentários acerca de uma possível nova greve dos caminhoneiros têm se espalhado na internet.
No entanto, trata-se de um rumor e não haverá greve dos caminhoneiros hoje (18). Entenda tudo sobre o assunto nesta matéria:
DECISÃO DE MORAES E BLOQUEIO DE CONTAS
Inconformados com a derrota do candidato à reeleição, grupos pró-Bolsonaro têm alegado ter havido fraude nas urnas e têm se declarado favoráveis a uma nova eleição, bem como à intervenção das Forças Armadas.
O movimento foi pauta no Supremo Tribunal Federal e teve maioria favorável ao desbloqueio das rodovias. Partida do ministro Alexandre de Moraes, a decisão também reafirmava que seriam multados os manifestantes, entre eles caminhoneiros, que se negassem a cumpri-la.
Em decisão mais recente, Alexandre de Moraes determinou o bloqueio de 43 contas bancárias de instituições suspeitas de financiar, desde o início de novembro, protestos antidemocráticas.
Essa nova medida do ministro está sendo apontada como uma das principais razões para a disseminação dos rumores acerca da uma possível "nova greve dos caminhoneiros".
VAI TER GREVE DOS CAMINHONEIROS HOJE (18)?
Conforme mencionado nesta matéria, os comentários se popularizaram através de redes sociais, sobretudo do aplicativo Telegram, no qual apoiadores do presidente têm se reunido para conflitar a recente decisão de Moraes e disseminar informações infundamentadas.
Até o momento, não há nenhuma fonte consolidada que confirme uma nova greve dos caminhoneiros. Portanto, a informação é falsa.
É importante ressaltar, ainda, que esses protestos não têm sido apoiados por instituições representativas oficiais da classe.
O presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotivos (Abrava), Wallace Landim (conhecido como Chorão), afirmou ao Estadão que a categoria não apoia os bloqueios, que, segundo ele, são planejados por uma pequena parcela de caminhoneiros.
"Não é um movimento dos caminhoneiros, é uma ala extremista (...) está sendo cometido um crime", disse.
De acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal, da manhã de hoje (18), mais de 1.150 paralisações foram desfeitas desde o início dos registros, na primeira semana de novembro.
Algumas rodovias, no entanto, voltaram a ser bloqueadas. Clique aqui e confira as últimas notícias.
GREVE DOS CAMINHONEIROS EM 2018
Diferente dos movimentos que estão acontecendo neste mês de novembro, os caminhoneiros organizaram, em 2018, um ato que se configura, de fato, como uma greve geral.
Intitulada "Crise do Diesel", a manifestação foi uma paralisação de âmbito nacional que ocorreu durante o governo do ex-presidente Michel Temer, tendo início no dia 21 de maio e sendo encerrada no dia 30.
O objetivo dos caminhoneiros era o de reivindicar, principalmente, a redução do preço do combustível. Houve intervenção da Polícia Rodoviária Federal e das Forças Armadas até que todas as rodovias fossem desbloqueadas.
Por ter tido uma extensa repercussão midiática, rumores que giram em torno de possíveis novas greves dos caminhoneiros acabam por ser alvos de grandes especulações e rapidamente viralizam.