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SURF NOS ÔNIBUS: enfim, poder público promete ação contra prática que cresce assustadoramente no Grande Recife

A prática do "surf" e do "amorcegamento nos coletivos" tem crescido assustadoramente não só na Região Metropolitana, mas também nos principais corredores do Recife

Roberta Soares
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Roberta Soares
Publicado em 01/12/2022 às 13:59 | Atualizado em 01/12/2022 às 14:03
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Tem sido comum ver jovens, muitos deles adolescentes, em grande quantidade sobre os ônibus - FOTO: REPRODUÇÃO
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Finalmente, uma reação do poder público sobre a descontrolada prática do “surf nos ônibus”, que cresceu assustadoramente na Região Metropolitana do Recife e, nos últimos meses, deixou pelo menos um jovem morto e outro mutilado.

Nesta quinta-feira (01/12), a Prefeitura de São Lourenço da Mata, município do Grande Recife e um dos que mais têm sofrido com a prática em Pernambuco, anunciou que decidiu encarar o problema de frente. Um grupo de trabalho foi criado para coordenar ações de combate e conscientização da prática nos ônibus que ligam a cidade ao Recife.

Sabemos que a definição de grupo de trabalho já é vista com descrédito pela população, mas a iniciativa - divulgada nas redes sociais da prefeitura - demonstra que a preocupação do município existe e que a gestão vai cobrar uma ação efetiva da Polícia Militar de Pernambuco.

''Surf nos ônibus'': jovem morre após cair de coletivo, no Grande Recife. Outros casos acontecerão se polícia não atuar

Além disso, a gestão municipal alerta para a importância da conscientização das famílias dos jovens que praticam o “surf”. E lembra que são os pais que poderão responder pelo ato dos filhos que são de menor e insistem na pática. A ideia, inclusive, é fazer ações educativas nas escolas para alertar a juventude sobre o risco que estarão criando para seus pais.

 “A Prefeitura de São Lourenço da Mata, através de iniciativa da Secretaria Municipal de Segurança Pública, está implantando um grupo de trabalho a fim de combater a prática ilegal de surf nos ônibus, algo que está crescendo em nossa cidade”, diz o município.

Imagens de jovens "surfando" em ônibus do Grande Recife viralizam e mostram o perigo a que jovens se expõem. Veja vídeos

“Fortalecendo este grupo de trabalho, estão participando: Polícia Militar, Conselho Tutelar, MobiBrasil (MobiPE), Câmara dos Vereadores, as secretarias de Segurança Pública, Desenvolvimento Social, Educação e Comunicação. Quando presenciar esse tipo de prática, denuncie e disque 100!”, segue.

 

 

SITUAÇÃO FORA DE CONTROLE

A prática do “surf” e do “amorcegamento nos coletivos” tem crescido assustadoramente não só na Região Metropolitana, mas também nos principais corredores do Recife. Tem sido comum ver jovens, muitos deles adolescentes, em grande quantidade sobre os ônibus.

Os registros nos subúrbios são mais frequentes, sem dúvida, mas a impunidade tem crescido e eles começam a praticar até mesmo em corredores viários importantes da cidade, como o Viaduto Capitão Temudo, na área central, e a Avenida Conselheiro Aguiar, em Boa Viagem, na Zona Sul.

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Prática tem sido cada vez mais comum, como mostra esse flagrante, e precisa ser combatida - REPRODUÇÃO
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Em março, a prática deixou um jovem ferido no Cabo de Santo Agostinho, na área Sul do Grande Recife - REPRODUÇÃO
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Prática tem crescido assustadoramente não só na Região Metropolitana, mas também nos principais corredores do Recife - REPRODUÇÃO
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Situação está tão fora de controle que chegou ao ponto de haver convocação, pelas redes sociais, para o encontro e a realização dos chamados "bondes" - REPRODUÇÃO

Domingos e feriados são os dias certos para se ver diversos flagrantes do “surf nos coletivos”. A prática de se pendurar nos veículos é diária. No caso do surf, proliferam casos, inclusive com mortes.

Os operadores de transporte alegam que o problema é de segurança pública e que não conseguem evitar. Dizem, ainda, que a maioria dos praticantes o fazem por diversão, não por necessidade para não pagar a passagem.

A informação é confirmada pelos rodoviários. E com os coletivos sem os cobradores, são os motoristas que lidam com o problema. No Grande Recife, menos de 5% das linhas de ônibus ainda têm cobradores.

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