Com informações do Estadão Conteúdo
Após uma série de manifestações pró-Bolsonaro com bloqueios de estradas em todo o País em novembro, a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FENAPRF) demonstra preocupação com a possibilidade de transtornos semelhantes no dia da posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 1º de janeiro.
Os policiais rodoviários pediram à Polícia Rodoviária Federal (PRF) informações sobre as ações planejadas para o dia da posse de Lula, que derrotou o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas em 30 de outubro deste ano.
O presidente da FENAPRF, Dovercino Borges Neto, afirma que o objetivo da solicitação é assegurar que a PRF vai usar "toda a sua capacidade operacional para que a transição de governo ocorra de modo pacífico e seguro".
A associação manifesta preocupação com possíveis bloqueios das estradas que levam a Brasília. Os policiais rodoviários afirmam ainda que a PRF precisa "envidar todos os esforços para assegurar a livre circulação" e evitar novas interdições.
Mais de 1.200 interdições e bloqueios foram desmobilizados pela PRF em novembro após decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) determinarem a liberação das rodovias.
"Diante do conturbado cenário pós-eleições, existe uma grande preocupação com as manifestações antidemocráticas, em especial com a organização de movimentos em âmbito regional e nacional de bloqueios e interdições de rodovias nas proximidades da data da posse", diz um trecho do documento da associação.
Veja a seguir os questionamentos feitos à PRF a respeito da posse de Lula:
O presidente da FENAPRF questiona:
- Se o setor de inteligência da corporação está monitorando possíveis lideranças, inclusive nas redes sociais, que estejam articulando eventuais bloqueios nas estradas federais;
- Se a PRF começou o planejamento operacional e se vai pedir reforços para evitar bloqueios nas rodovias;
- Se o efetivo convocado é suficiente para fazer a escolta das autoridades que participarão da posse;
- Se há recursos financeiros para assegurar o trabalho na posse ou se houve pedido de verba extra do Ministério da Economia;
- Se a direção-geral orientou os superintendentes da PRF a articularem ações de policiamento em conjunto com as forças de segurança estaduais.
PRF NAS ELEIÇÕES 2022
A atuação da PRF durante as eleições 2022 colocou a corporação no centro de uma investigação por possível desvio de finalidade e uso político.
Operações envolvendo o transporte público de eleitores, desautorizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ocorreram em massa no Nordeste - principal reduto político de Lula.
Na sequência, a corporação foi acusada de demorar para desmobilizar os bloqueios nas estradas federais, montados por manifestantes inconformados com a vitória do petista nas urnas.