VANDALISMO EM BRASÍLIA: quem PAGA a CONTA do estrago para o TRANSPORTE PÚBLICO?

Cinco ônibus foram depredados, queimados e um deles quase jogado de um viaduto por vândalos bolsonaristas
Roberta Soares
Publicado em 14/12/2022 às 13:37
Ônibus incendiado em Brasília por manifestantes bolsonaristas Foto: REPRODUÇÃO


Os atos de vandalismo promovidos por bolsonaristas em Brasília, na noite da segunda-feira (12/12), dia da diplomação de Lula como presidente eleito do Brasil, tiveram impacto, mais uma vez, no transporte público. Nas imagens que ganharam o País e até mesmo o mundo, é possível ver ônibus do sistema regular de Brasília sendo depredados, queimados e, em um dos casos, quase arremessado de um viaduto.

No total, pelo menos cinco coletivos foram totalmente destruídos.

Não é a primeira vez, nem a milésima vez, assim como não será a última, que vemos o transporte público ser o alvo escolhido por vândalos que se dizem manifestantes. Agora, foi em Brasília, mas o mesmo já aconteceu em diversas cidades e em variadas manifestações, pouco importa se promovidas pela direita, esquerda ou pelo centro.

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Por isso, a pergunta que precisa ser feita: por que é sempre o transporte público quem sofre?

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No vandalismo de Brasília, numa exceção nacional, também foi possível ver os vândalos depredando e tocando fogo aleatoriamente em automóveis particulares estacionados nas ruas - para quem não sabe, BSB é uma cidade para carros e um grande estacionamento gratuito para eles, vale ressaltar.

Não estamos aqui, de forma alguma, defendendo a depredação de veículos particulares. Estamos, sim, defendendo que os ônibus e qualquer tipo de transporte público deixem de ser constantes alvos de vândalos que se dizem manifestantes.

Até porque, como é comum se dizer no setor de transporte, “não tem almoço de graça e alguém sempre paga a conta”.

Sendo assim, fica a pergunta que intitula esse texto: quem paga a conta do estrago para o transporte público nos atos em Brasília?

REPRODUÇÃO - Ônibus queimado em protestos em Brasília

REPÚDIO AO VANDALISMO

Nesta quarta-feira (14/12), a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), entidade que representa mais de 500 empresas operadoras e entidades do setor de transportes por ônibus no Brasil, repudiou o vandalismo na capital federal do País, que culminou com a destruição de cinco ônibus urbanos.

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A NTU lembrou que trata-se de prática criminosa, que gera prejuízos não somente às empresas de ônibus, mas, especialmente, à população que utiliza o serviço regular e essencial - e que, junto com os metrôs e trens respondem por 80% nos deslocamentos nos centros urbanos.

"É inadmissível que o ônibus seja usado como meio de protesto por grupos de vândalos ou facções criminosas, colocando vidas em riscos e gerando enormes prejuízos, inclusive por motivos que não têm nada a ver com o transporte coletivo", lamentou Francisco Christovam, presidente-executivo da NTU.

EVARISTO SA / AFP - Manifestantes bolsonaristas promovem noite de vandalismo em Brasília no dia da diplomação de Lula

O ESTRAGO EM NÚMEROS

A NTU que, desde o ano de 2004, monitora a ocorrência de incêndios em ônibus no Brasil, registrou, somente em 2022, 62 veículos queimados (incluindo as últimas cinco ocorrências), contra 69 ocorrências, em 2021. Desde o início do monitoramento, já foram registrados 2.700 veículos incendiados, em todas as regiões do País, com destaque para o Sudeste, com 71% dos casos, seguido pela região Nordeste, com 16%.

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