Mesmo sendo os últimos setores na lista de preocupações do novo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - a demora em anunciar os ministros comprova essa constatação -, a mobilidade urbana e a infraestrutura de transporte do Brasil já têm comando.
E será domínio do MDB, nos acordos políticos feitos por Lula para viabilizar seu novo governo. O empresário e presidente do diretório do MDB no Pará, Jader Filho, será o novo ministro das Cidades.
O novo ministro é irmão do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), e filho do senador Jader Barbalho (MDB-PA) e da deputada Elcione Barbalho (MDB-PA).
Já o Ministério dos Transportes será comandado pelo senador Renan Filho (AL), ex-governador de Alagoas. Renan Filho é o filho mais velho do senador Renan Calheiros (MDB-AL).
“Nós temos mais de 13 mil obras paralisadas, muitas estradas para avançar, muita operação tapa-buraco e estrada nova para fazer. Vamos começar o governo trabalhando. Precisamos distribuir renda nesse País, gerar empregos e fazer esse povo ter esperança de dias melhores”, pediu Lula, durante o anúncio.
“Por favor, sejam o mais democratas possível na montagem do seus Ministérios. Escolham quem têm capacidade técnica. Não tenham medo de lidar com a política”, alertou.
O MDB também está presente no alto escalão do terceiro governo Lula com Simone Tebet, no Ministério do Planejamento.
O petista já tinha anunciado os chefes de 21 das 37 pastas que vão compor a Esplanada.
PERFIL DOS MINISTROS DAS CIDADES E DOS TRANSPORTES
Jader Barbalho Filho preside o diretório estadual do MDB no Pará desde setembro de 2021 e atua no setor de comunicações.
No Ministério das Cidades, além de focar no desenvolvimento de política habitacional do País e na redução das desigualdades urbanas, Jader Barbalho Filho também terá que promover a transição ecológica nas cidades, segundo relatório final do gabinete de transição governamental.
Já Renan Filho, novo Ministro dos Transportes, se formou em Ciências Econômicas pela Universidade de Brasília (UNB) e fez um curso de extensão em Políticas Públicas à Primeira Infância na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Foi prefeito de Murici (AL), deputado federal, governador de Alagoas por dois mandatos e se elegeu ao Senado em outubro.
DIVISÃO DO MINISTÉRIO DA INFRAESTRUTURA
A equipe de transição dividiu o atual superministério do governo Jair Bolsonaro (PL), o Ministério da Infraestrutura, em duas pastas. O Ministério dos Transportes ficará responsável pela gestão de rodovias e ferrovias, enquanto a gestão de portos, aeroportos e hidrovias ficará com o Ministério dos Portos e Aeroportos. Esse ministério já teve o nome do ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), anunciado.
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O plano de criar um superministério, como passou a ser chamado o atual Ministério da Infraestrutura, foi encampado por Bolsonaro, que reuniu, dentro do que era o antigo Ministério dos Transportes, outras áreas que tinham gestões distintas, como a Secretaria de Portos e a Secretaria de Aviação Civil.
A avaliação do governo Lula foi de que a estrutura não deu certo porque concentrou áreas complexas e fundamentais para o desenvolvimento do País num único ministério, sem efeito real na redução dos custos da máquina pública.
O superministério, inclusive, pavimentou a vitoriosa candidatura do ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) para o governo do Estado de São Paulo.