Por favor, não depredem o transporte público durante o Carnaval, principalmente os ônibus, que estão mais vulneráveis porque, diferentemente dos metrôs e trens, circulam nas ruas. Todo Carnaval o mesmo pedido é feito por gestores e operadores dos sistemas do País.
Em Pernambuco não é diferente. Ainda mais no Carnaval 2023, que acontece após dois anos sem a edição da festa mais popular do Brasil devido à pandemia de covid-19.
Felizmente, os números da depredação reduziram nos últimos carnavais, mas ainda são altos. No Carnaval de 2020, por exemplo, foram 394 ônibus danificados. Em 2019 tinham sido 314. Contabilizando os sete últimos carnavais (2014 a 2020, foram 3.436 coletivos depredados.
Somente nas prévias do Carnaval em Olinda no domingo (12/2), dez ônibus foram vandalizados, segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE).
O custo do vandalismo é alto. Há itens dos ônibus geralmente depredados que custam até R$ 3 mil, como é o caso de um parabrisa de um veículo BRT, por exemplo. Segundo a Urbana-PE, alçapão, parabrisa, vidro de janelas e portas, e banco de passageiros estão entre os itens mais avariados.
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2020 - 394 ônibus
2019 - 314 ônibus
2018 – 425 ônibus
2017 – 456 ônibus
2016 – 559 ônibus
2015 – 612 ônibus
2014 – 676 ônibus
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Parabrisa dianteiro - R$ 950,00 a 3.000,00 (BRT)
Alçapão - R$ 687,00
Janelão completo (convencional) - R$ 1.200,00
Banco passageiro - R$ 526,00 (unidade)
Vidro porta - R$ 198,00 (unidade)
Apesar dos altos valores dos equipamentos, os operadores destacam que o maior prejuízo do vandalismo não é o financeiro, mas o operacional porque os veículos precisam deixar de rodar para serem recuperados.
São muitas as razões para não danificar o transporte público. Em primeiro lugar, um ônibus depredado é um ônibus a menos nas ruas e quem sofre é o passageiro. O mesmo acontece com uma composição de metrô danificada.
Outra informação importante para as pessoas saberem é que o prejuízo com os equipamentos danificados é pago, de um jeito ou de outro, pelo passageiro. Por isso, embora o vandalismo seja praticado por uma minoria, é importante que toda a sociedade repudie esse tipo de ato, usuária ou não do sistema de transporte público coletivo.
“Fazemos um apelo à população para que nos ajude a preservar os ônibus. Eles estarão à disposição não só nos quatro dias de festa, mas ao longo de todo o ano. É importante lembrar que sempre que um veículo sofre avarias, ele precisa retornar à garagem e pode ficar dias ou até meses sem circular, prejudicando a todos”, explica o presidente da Urbana-PE, Fernando Bandeira.
“Nosso sistema de transporte público sofre cotidianamente com o vandalismo, mas essa situação se acentua nos grandes eventos e festas, como o Carnaval”, acrescenta.
A Prefeitura do Rio de Janeiro, por exemplo, divulgou um vídeo que relaciona o custo da depredação no transporte público. Confira:
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