Depois de divulgar que está testando a instalação de novas catracas elevadas para serem utilizadas nos ônibus - inclusive e, principalmente, na porta traseira dos coletivos -, o governo de Pernambuco dá uma notícia que, se vingar, será boa para os passageiros: o ar-condicionado voltará a ser exigido nos ônibus da Região Metropolitana do Recife.
Alguns ônibus, inclusive, já voltaram a operar esta semana com a refrigeração, liberada pelo governo de Pernambuco para reduzir o custo de operação do sistema devido à perda de demanda com a pandemia de covid-19.
Vale destacar que menos de 12% da frota do Grande Recife tem refrigeração.Segundo o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM) informou, a frota atual com ar-condicionado tem 445 veículos do total de 2.230 ônibus em operação no Sistema de Transporte Público de Passageiros da RMR (STPP/RMR).
Em dezembro de 2018, o STPP tinha 11,25% da frota com ar-condicionado. Eram 304 dos 2.703 veículos que estavam em operação na época. Mas no fim de 2019 tinha aumentado para 16,36%. Eram 441 coletivos refrigerados de um total de 2.696.
Logo no início da pandemia, ainda em 2020, a refrigeração dos coletivos foi desativada por causa das medidas sanitárias. E, no início de dezembro de 2022, o Estado determinou, novamente, que os ônibus circulassem sem refrigeração, ou seja, com os aparelhos de ar-condicionado desligados. O desligamento valeria por 60 dias e teve como base uma Nota Técnica da Secretaria Estadual de Saúde (SES), emitida dias antes e que alertava para o aumento da contaminação de covid-19 nos últimos meses, em função das subvariantes da Ômicron.
Agora, o religamento foi determinado, segundo o secretário de Mobilidade e Infraestrutura de Pernambuco, Evandro Avelar. Na época, as exceções foram os ônibus com ar-condicionado das linhas opcionais e do Sistema BRT pernambucano, que têm os janelões colados.
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“Vamos promover muitas mudanças no transporte público do Grande Recife para organizar o sistema. Vamos combater a evasão de receita, que hoje está levando R$ 20 milhões por mês da operação, mas também vamos exigir melhorias para o passageiro. É o caso dos testes das catracas elevadas e, ao mesmo tempo, a volta da refrigeração nos coletivos”, explica Evandro Avelar.
PROMESSA DE TODA A FROTA DE ÔNIBUS COM AR-CONDICIONADO
Muita gente não vai lembrar, mas no fim de 2019, antes da pandemia provocada pelo coronavírus, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou a Lei Estadual 16.787/2019 que previa a refrigeração gradativa dos ônibus da RMR em até quatro anos. Mas a pandemia de covid-19 engavetou o que já estava lento.
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A legislação uniformizou e ampliou para todo o Grande Recife a climatização da frota de coletivos, antes restrita às linhas que começavam e terminavam nos limites das cidades do Recife e de Olinda.
A prioridade da climatização, na época, era para as linhas perimetrais, radiais, troncais e circulares. Em seguida, aquelas de maior demanda. A estimativa do Estado era de que, após os quatro anos previstos, o STPP passasse a ter entre 39% e 51% da frota refrigerada.
CUSTO DA REFIRGERAÇÃO DOS ÔNIBUS
A refrigeração dos ônibus, no entanto, iria provocar um impacto anual de três a cinco centavos no valor da passagem da RMR – acréscimo que, é importante destacar, seria pago pelo passageiro.
Isso aconteceria porque a proposta do Executivo, assim como as legislações municipais aprovadas no fim do primeiro semestre de 2019 pelo Recife e Olinda, não definiram uma receita para cobrir os novos custos.
NOVAS CATRACAS NOS ÔNIBUS
Os ônibus que operam na Região Metropolitana do Recife vão receber novas catracas para bloquear a invasão de pessoas que querem entrar nos veículos sem pagar a passagem.
A estratégia não é nova, já foi testada pontualmente alguns anos atrás, antes da pandemia de covid-19, e agora ensaia ser, de fato, implementada nos ônibus que atendem ao Grande Recife e são geridos pelo governo de Pernambuco.
Os coletivos já estão recebendo catracas elevadas e na traseira dos coletivos para inibir as invasões, que têm aumentado no sistema e, pelos cálculos do governo do Estado, com base na operação diária, já representam entre 15% e 20% da receita do sistema.
Para se ter ideia do impacto da evasão, esse percentual significa R$ 20 milhões por mês a menos de passagens pagas por passageiros que, mesmo assim, estão sendo transportados. E, de acordo com o governo do Estado, é um custo que está sendo absorvido pelos passageiros que pagam a tarifa.
A promessa da Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura de Pernambuco (Seinfra) é de que as catracas, mesmo elevadas - ou seja, bloqueando totalmente o espaço de passagem, de cima a baixo - irão garantir a acessibilidade da população. Inclusive de pessoas com sobrepeso, obesas e gestantes, por exemplo.
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