Uma das intervenções que a Prefeitura do Recife vem realizando para melhorar a mobilidade urbana e a drenagem da Avenida Agamenon Magalhães - descrita por muita gente como uma espécie de “muro” na via - entrou em nova etapa.

Os trabalhos vêm sendo desenvolvidos no pontilhão que cruza o canal, na altura do Parque Amorim, na área central da cidade. A intervenção, que está sendo executada pela Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), é necessária para corrigir os desníveis da via, que dão a sensação de se estar numa “montanha russa” quando se trafega no sentido Parque Amorim-Avenida Rosa e Silva, por exemplo.

Para eliminar esse desnível e proporcionar mais conforto e segurança aos veículos que trafegam no local, a prefeitura está colocando camadas de asfalto para elevar o greide da Agamenon em aproximadamente 40 cm. Por isso, a construção do que a população começou a chamar de “muro”.

Conheça a futura CICLOVIA DA AGAMENON MAGALHÃES

Na verdade, a estrutura é um muro de contenção para dar sustentação às camadas de asfalto que estão sendo colocadas no trecho, dando a impressão de que se está construindo um muro no local.

MUDANÇAS NO TRÂNSITO

Para dar continuidade à obra, um desvio de tráfego está sendo realizado no trecho pela Autarquia de Trânsito e Transporte do Recife (CTTU) entre as 23h e às 5h, no sentido Recife-Olinda.

A promessa da gestão municipal, entretanto, é de que, a partir das 5h, o trânsito na via principal será normalizado. O desvio será realizado diariamente até a conclusão dos trabalhos, prevista para a primeira quinzena de abril.

ENTENDA O QUE É O “MURO” NA AGAMENON MAGALHÃES

Tem sido comum as pessoas pensarem que o tal “muro” faz parte do projeto de construção da Ciclovia Agamenon Magalhães, equipamento com quatro quilômetros de extensão, que está sendo implantado às margens do canteiro central e que irá conectar as Zonas Norte e Sul da capital.

Mas não há relação. Trata-se de outra obra. Quem explicou à Coluna Mobilidade foi a diretora de Manutenção da Emlurb, Gabriela Buarque, em reportagem publicada no dia 2/3. “É um muro de contenção que nada tem a ver com a ciclovia. Faz parte do projeto de elevação do greide da via para acabar com os desníveis do asfalto existentes no cruzamento de quem sai do Parque Amorim para a Avenida Rosa e Silva”, explica.

“Estamos aumentando a cota do pavimento, colocando mais camadas de asfalto. E, por isso, precisamos de um muro de contenção para dar sustentação. Quando o pavimento chegar na cota ideal, essa altura não será mais visível, ficando apenas 40 cm, o que corresponde à mesma cota do limitador entre a faixa de rolamento. E a ciclovia passará pelo trecho normalmente”, acrescentou a diretora.

A região da Avenida Agamenon Magalhães está situada em área de solo mole, que sofreu com acomodações ao longo dos anos, gerando o desnível existente, mas que hoje se estabilizou.

Além da elevação do pavimento, estão sendo executados novos passeios, guarda-corpo e melhoria da drenagem. O investimento na intervenção, que começou em dezembro, é de R$ 3,5 milhões.

ENTENDA O QUE É ELEVAR O GREIDE DE UMA VIA

Greide é a inclinação vertical do eixo de uma via, que forma os aclives e declives ajustados por uma curva de concordância vertical. As curvas verticais servem para unir de modo confortável e seguro as rampas de aclive (subidas) com as rampas de declive (descida) e vice-versa.

Devido à obra de elevação do greide da via, a Emlurb tinha interrompido a construção da ciclovia no trecho e continuado no quarteirão seguinte, no cruzamento da Agamenon Magalhães com a Avenida Rui Barbosa. Mas esta semana retornou para o trecho do Parque Amorim.