Após deúncias do Ministério Público, uma obra de VLT, na Região Metropolitana de Cuiabá, no Mato Grosso, está sendo demolida para ceder espaço e recursos à contrução de uma via de BRT.
O projeto das obras ferroviárias, idalizadas para a Copa do Mundo no Brasil e nunca finalizadas, estava parado desde 2014, quando foram investigados casos de desvio de verba pela Polícia Federal.
As obras do VLT estavam previstas para serem concluídas antes do início do Mundial de 2014: o projeto previa a instalação de 22 km de trilho.
Além disso, o VLT contaria 280 vagões, com peças importadas da Polônia e da Espanha, e a estimativa de transporte de cerca de 160 mil pessoas por dia.
Após as denúncias, as obras foram interrompidas por tempo indeterminado e o governador do Mato Grosso, Silval Barbosa, foi preso por participação no crime de currupção, com direito a delação premiada.
Na época, 6 dos 22 km de trilho previstos no projeto já tinham sido construídos na Região Metropolitana de Cuiabá.
Ao longo dos primeiros meses de execução, o projeto já havia consumido recursos que ultrapassavam R$ 1 bilhão.
Ao todo, os 280 vagões já comprados foram avaliados em R$ 500 milhões; os 6 km de trilho já edificados, que, agora, estão sendo destruídos, tiveram um custo de quase R$ 89 milhões, de acordo com os cálculos do consórcio.
As estruturas seguem armazenadas e preservadas pelo consórcio responsável pela implantação do VLT.
Em uma estimativa feita há cinco anos, o consórcio calculava que seriam necessários mais R$ 922 milhões para que as obras fossem finalizadas, se não tivessem sido interrompidas.
Em 2017, o governo de Mato Grosso rompeu administrativamente o contrato com a empresa responsável pelo projeto.
Em 2020, o atual governador do estado, Mauro Mendes, anunciou que, no lugar da obra, seria realizada a substituição modal de VLT para BRT, com novos ônibus elétricos, sem data prevista para começar, na época.
Após ter sido feita a licitação do novo projeto, o Ministério Público de Mato Grosso recebeu denúncias da prefeitura de Cuiabá, que é contrária à instalação do corredor de BRT.
Apesar do embate jurídico, as obras destinadas ao novo projeto seguem em função do desmonte e reestruturação do projeto.