Infelizmente, a liberação total das pistas centrais da BR-232, no trecho que está em obras de alargamento há quase um ano e meio, não está garantida para antes do feriadão da Semana Santa, quando a rodovia deverá receber 70 mil veículos, o dobro do volume diário.
O governo de Pernambuco não consegue, pelo menos por enquanto, dar essa certeza. Garante que está realizando todos os esforços para finalizar a pavimentação das pistas principais, mas sem dar uma data certa para quando termina e, assim, permitir que os condutores e passageiros de ônibus usufruam das seis novas faixas de rolamento da rodovia.
A previsão foi apresentada pelo secretário de Mobilidade e Infraestrutura de Pernambuco (Seinfra), Evandro Avelar, durante entrevista à Rádio Jornal nesta quarta-feira (29/3). “Não conseguimos dar essa certeza ainda.O que podemos garantir é que a construtora está trabalhando dia e noite, inclusive nos fins de semana”, afirmou.
A BR-232 está sendo alargada na saída do Recife para o Interior do Estado, na altura do bairro do Curado, na Zona Oeste da capital. São quase 7 quilômetros entre a bifurcação com a BR-101 e a Avenida Abdias de Carvalho, no Bongi, e o entroncamento com a BR-408, no Curado.
Na visão do secretário, os impactos no trânsito, mesmo que as pistas principais não estejam totalmente liberadas, serão menores do que no ano passado, quando a obra estava no começo. Na época, o governo do Estado suspendeu os trabalhos para reduzir os congestionamentos.
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Além disso, haverá reforço na fiscalização de trânsito para orientar os motoristas, garante.
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O problema é o trecho Interior-Recife, que ainda está com a nova pista sendo pavimentada, embora 90% dos trabalhos tenham sido finalizados. No sentido Recife-Interior, as três pistas estão prontas. “O afunilamento está acontecendo no trecho do Jardim Botânico, no sentido Interior-Recife, porque o pavimento ainda está sendo finalizado. Mas garantimos que todos os esforços estão sendo empregados para conseguirmos finalizar antes do feriado”, reforça o secretário.
A expectativa, apresentada pelo secretário em fevereiro, era de que, entre o fim de março ou, no máximo, a primeira quinzena de abril, os trabalhos de pavimentação das pistas fossem concluídos. Ou seja, a nova BR-232 estaria liberada antes do feriado da Semana Santa 2023 e os congestionamentos e retenções diárias provocados pelos desvios de circulação acabariam.
O que ficaria pendente seriam as obras d’arte (denominação para pontes e alças viárias), de paisagismo e a implantação da ciclovia que irá compor os sete quilômetros que estão sendo alargados.
A BR-232 ganhará uma terceira faixa no sentido Recife-Interior e outra no sentido contrário (Interior-Recife). A perspectiva do governo do Estado é que a adequação da capacidade viária do trecho rodoviário reduza o tempo de viagem nos 6,7 quilômetros em 58%, passando dos atuais 60 minutos para 25 minutos.
Números da Seinfra apontam que são 67 mil veículos circulando apenas naquele trecho e 28 mil pessoas passando no transporte público coletivo operado por 13 linhas de ônibus. No total, são 4 milhões de usuários contínuos no trecho, também segundo o Estado. Os R$ 99,8 milhões são recursos do governo do Estado, dentro do Plano Retomada.
Além da recuperação do pavimento - que será de concreto nas pistas principais e centrais (onde o tráfego é mais pesado) e de CBUQ (asfalto) nas vias locais (onde o tráfego é menos pesado) -, o projeto de adequação viária da BR-232 na saída do Recife promete deixar a área urbanizada, integrada com o transporte coletivo e acessível aos modais ativos (bicicletas e pedestres).
Para isso, será implantada uma ciclovia ao longo dos 6,8 km do trecho, localizada sempre na margem sul da rodovia (do lado do Jardim Botânico do Recife). Baias para os ônibus nos 15 pontos de embarque e desembarque, sinalização horizontal e vertical para garantir a travessia dos pedestres, e uma nova iluminação em LED também serão instaladas.
A readequação prevê a construção de duas alças em nível - sem ser elevadas, o que puxou o valor da obra para baixo -, para retorno dos veículos - algo difícil de ser feito atualmente. E, ainda, a requalificação e construção de três passarelas no trecho. O custo inicial do alargamento era de R$ 145 milhões.