FEMINICÍDIO NO TRÂNSITO: Ministério Público pede AUMENTO da PENA de condenado por jogar CARRO contra árvore para matar a ex-esposa

Representante farmacêutico Guilherme José Lira dos Santos foi condenado a 21 anos e 4 meses por matar a ex-esposa em 2018, no Recife
Roberta Soares
Publicado em 20/04/2023 às 15:09
MPPE pediu a ampliação da pena de 21 anos e 4 meses do condenado. Aumento será decidido pelo TJPE Foto: Sidney Lucena/TV Jornal


Como esperado, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) decidiu pedir a ampliação da pena de prisão para o representante farmacêutico Guilherme José Lira dos Santos, condenado a 21 anos e 4 meses por matar, jogando o carro contra uma árvore, a ex-mulher, a engenheira Patrícia Cristina Araújo dos Santos.

A 17ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital entrou com um recurso de apelação que será analisado em segunda instância, ou seja, pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Pede que os desembargadores revejam a pena aplicada pela juíza da 1ª Vara do Tribunal do Júri Popular da Capital, Fernanda Moura de Carvalho.

“Diante de elementos e circunstâncias presentes neste caso concreto, vislumbra-se, com o devido respeito à sentença de Primeiro Grau, o cabimento e a legitimidade do reexame da pena pela Corte de Justiça de Pernambuco”, pondera o MPPE.

PENA SUPERIOR A 30 ANOS DE PRISÃO

SIDNEY LUCENA/TV JORNAL - A engenheira de computação Patrícia Cristina Araújo Santos morreu na hora depois que o ex-marido jogou o carro contra uma árvore, no Centro do Recife

A pena que os promotores consideram justa, entretanto, não foi informada. “As razões do recurso serão apresentadas no prazo legal previsto”, limitou-se a informar o MPPE por nota oficial. Familiares da vítima consideraram a pena leve e esperavam uma sentença maior, superior a 30 anos.

Por cinco dias consecutivos, o réu foi julgado no Fórum do Recife, localizado na Ilha Joana Bezerra, área central da capital. Guilherme José Lira dos Santos foi condenado por um júri popular pelo homicídio qualificado (triplamente qualificado) da ex-mulher.

VEJA imagens da colisão

O entendimento foi de que o crime foi cometido por motivo fútil, mediante dissimulação ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima. O primeiro caso de feminicídio no trânsito - quando um automóvel é utilizado para matar uma mulher - aconteceu no dia 4 de novembro de 2018, na Rua Fernandes Vieira, no bairro da Boa Vista, Centro do Recife.

A defesa do representante comercial também informou estar analisando recorrer da sentença. A estratégia da defesa do réu foi negar que houve intenção de matar a vítima, alegando que tratava-se de um sinistro de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se diz. Entenda), o que faria o homicídio ser culposo.

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