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Mobilidade

Por Roberta Soares e equipe
TRANSPORTE PÚBLICO

Crise no Metrô do Recife: Linha Sul do Metrô do Recife para de funcionar, mais uma vez, por problemas na rede elétrica

Todas as 12 estações da Linha Sul estão sem operação. A previsão é de que só reabram no fim da tarde ou início da noite

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Roberta Soares

Publicado em 11/03/2024 às 10:11 | Atualizado em 11/03/2024 às 14:15
O Metrô do Recife segue sobrevivendo com menos da metade do orçamento de custeio necessário e sem garantias de que a situação mude, mesmo em 2024 e sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - DIVULGAÇÃO

* Matéria atualizada às 14h15 com o retorno da operação da Linha Sul

O Metrô do Recife segue apresentando problemas provocados pela falta de investimentos. Nesta segunda-feira (11/3), mais uma vez, a Linha Sul do sistema apresentou falhas e foi fechada. Mais de 60 mil passageiros foram prejudicados.

Todas as 12 estações da Linha Sul estão sem operação. A previsão é de que só reabram no fim da tarde ou início da noite (Linha Sul voltou a operar às 14h desta segunda-feira (11/3).

Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), dessa vez, o problema teria sido provocado por uma avaria num equipamento (isolador de energia) da rede aérea localizado nas imediações da Estação Imbiribeira, que impediu a alimentação de energia do trecho com 3 KW. O equipamento estaria sendo trocado.

A razão do problema, entretanto, não foi explicada pela CBTU. Não se sabe se a falha foi decorrente de fadiga do equipamento, ato de vandalismo ou ausência de manutenção.

É a segunda vez em menos de uma semana que o mesmo problema acontece.

METRÔ DO RECIFE SEGUE SOFRENDO CONTINGENCIAMENTO E SEM RECURSOS PARA INVESTIMENTOS

A crise financeira do Metrô do Recife segue intensa, comprometendo a operação dos trens e prejudicando os passageiros que dependem do sistema - cada vez menos gente, vale ressaltar.

A razão do problema, entretanto, não foi explicada pela CBTU. Não se sabe se a falha foi decorrente de fadiga do equipamento, ato de vandalismo ou ausência de manutenção - Divulgação

O Metrô do Recife segue sobrevivendo com menos da metade do orçamento de custeio necessário e sem garantias de que a situação mude, mesmo em 2024 e sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O sistema metropolitano precisa de R$ 300 milhões por ano para garantir uma operação segura e digna para os quase 200 mil passageiros diários, mas em 2023 só teve aprovado R$ 120 milhões.

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E a situação é a mesma há muitos anos e segue parecida em 2024. O sistema sofre com contingenciamento ano após ano, principalmente a partir do governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). Tem um orçamento aprovado no início do ano e outro a conquistar ao longo dos meses.

ESTADO ASSUMIRÁ METRÔ DO RECIFE

Em setembro do ano passado, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), afirmou, pela primeira vez em público, que irá, sim, assumir a gestão do Metrô do Recife. Mas impôs duas condições para que o Estado receba o sistema metropolitano, que hoje transporta menos da metade dos passageiros que já transportou e amarga um déficit anual só de custeio de R$ 300 milhões.
Segundo a governadora, é fundamental garantir a realocação dos 1.500 metroviários de Pernambuco no caso de o sistema ser concedido à iniciativa privada - que deverá acontecer - e ver, na prática, o aporte de R$ 2 bilhões para recuperar o metrô e devolver o padrão mínimo de operação.

APORTE FEDERAL DE R$ 2 BILHÕES NO METRÔ DO RECIFE

O segundo ponto condicionante para o Estado assumir o Metrô do Recife seria o investimento federal de pelo menos R$ 2 bilhões para requalificar o sistema metropolitano, que, sem trens, está na iminência de uma paralisação técnica.

Atualmente, são 17 composições operando nos horários de pico na Linha Centro e outras 13 na Linha Sul, o que provoca intervalos superiores a dez minutos nos horários de pico e de até 20 minutos no vale (fora pico).

Os estudos sobre a situação do Metrô do Recife estão sendo refeitos pelo BNDES com recursos do Novo PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) no valor de R$ 4 milhões. Técnicos do BNDES, Tribunal de Contas da União (TCU), Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) e da Secretaria de Projetos Estratégicos de Pernambuco estiveram em visita ao sistema na semana passada, mas os detalhes da análise estão sendo mantidos em sigilo pelo governo federal.

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