Cais José Estelita: Prefeitura do Recife, enfim, se posiciona sobre projeto de VLT no Centro do Recife
Doação de terreno à Prefeitura do Recife pela União poderá inviabilizar projeto de VLT no Centro, segundo alerta feito pela CBTU Recife
A Prefeitura do Recife, enfim, resolveu se posicionar sobre o alerta realizado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) no Recife de que a doação de 50 mil metros quadrados do antigo pátio ferroviário inativado à área pública do Cais José Estelita poderá inviabilizar a implantação de um sistema de transporte urbano sobre trilhos com VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos), semelhante ao VLT Carioca, que conecta o Centro do Rio de Janeiro ao Porto Maravilha e ao Aeroporto Santos Dumont na capital fluminense.
Segundo a nota oficial enviada pela PCR, a transformação da área doada em um museu ferroviário não inviabilizaria o projeto do VLT. E isso porque, também de acordo com a nota, haverá a preservação dos trilhos do antigo pátio ferroviário inativado. E segue afirmando que as obras devem começar em 60 dias.
“A Prefeitura do Recife esclarece que a preservação da memória ferroviária não inviabiliza projetos como o VLT, uma vez que preserva inclusive os trilhos do antigo pátio ferroviário inativado que será agregado ao projeto do parque linear localizado na bacia do Pina. A primeira etapa das obras do parque devem ser iniciadas em, aproximadamente, 60 dias”.
POSICIONAMENTO NÃO DEIXA CLARO SE A PCR VAI AJUDAR A VIABILIZAR O VLT NO CENTRO DO RECIFE
O posicionamento da PCR, entretanto, é evasivo e não deixa claro se a gestão municipal é a favor ou contra o projeto do VLT, ou se vai buscar ou não a sua viabilização. Isso porque, segundo o alerta da CBTU Recife, para viabilizar a operação dos VLTs é necessário uma área que vai além da preservação dos trilhos - o que já é obrigatório por ser patrimônio público, vale destacar.
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No alerta, a CBTU argumentou que a área do pátio ferroviário precisa estar sob gestão do órgão federal para que os requisitos necessários para implantação e, principalmente, operação do VLT sejam respeitados. Segundo a companhia, a transformação do pátio no Museu Ferroviário é importante, mas para viabilizar a operação do VLT é preciso preservar uma área para oficina e manobra dos veículos.
No restante da nota oficial, a Prefeitura do Recife apenas reproduz o material que já tinha divulgado quando a doação do terreno foi formalizada e que valida os aspectos positivos do projeto do novo Cais José Estelita. “Participaram desta pactuação a Advocacia Geral da União (AGU), Prefeitura do Recife e Novo Recife, além da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e o Ministério Público Federal (MPF).
A área que vai incluir a preservação da memória ferroviária receberá investimentos de R$ 20 milhões da iniciativa privada. O muro que separava o pátio ferroviário da Avenida Sul será derrubado para viabilizar uma alameda entre as Avenida Dantas Barreto e Cais José Estelita, promovendo uma ligação à Bacia do Pina para facilitar o acesso à via que desemboca na Ponte Joaquim Cardoso. Entre as medidas adicionais mitigadoras está a restauração de cerca de 10 armazéns que são considerados patrimônios históricos.
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O custo de toda a ampliação será arcado pelo empreendedor privado, totalizando mais de R$ 120 milhões em ações mitigadoras, mas caberá à gestão da Prefeitura do Recife definir como os parques públicos serão integrados, entre tantas outras decisões sobre as contrapartidas do Novo Recife. Considerando todas as ações mitigadoras, 65% da área contemplada será projeto de área pública e 35% será composta por empreendimentos imobiliários”, diz a nota oficial.
CONHEÇA O PROJETO DO VLT NO CENTRO DO RECIFE
O VLT que a CBTU defende para o Centro do Recife seria semelhante à proposta do VLT Carioca, rede de veículos leves sobre trilhos que percorre o Centro e o Porto da cidade do Rio de Janeiro, conectando todas as demais redes de transporte metropolitano (metrô, trens, BRT, ônibus, barcas e teleférico, além de aeroporto, rodoviária e terminal de cruzeiros).
O ramal está previsto entre a Estação Largo da Paz, em Afogados, e o Terminal Marítimo do Porto do Recife, permitindo a integração com o sistema de transporte urbano em operação e utilizando a malha ferroviária existente, sem desapropriação. O projeto permite a operação urbana compartilhada e atenderá polos geradores de demandas, atuais e futuros.
O custo de implantação do ramal está estimado, atualmente, em R$ 200 milhões. Terá extensão de 5,6 quilômetros, dez estações a cada 400 metros, com operação de segunda-feira a domingo, das 5h às 23h, com três VLTs que vão circular no trecho a uma velocidade de 20 km/h e tempo de viagem entre os dois terminais de 25 minutos.
A implantação do VLT será realizada em três fases:
Fase 1: Estação Largo da PAz/Estação Cinco Pontas
Fase 2: Estação Cinco Pontas/Parada Ponte Giratória
Fase 3: Parada Ponte Giratória/Parada Terminal Marítimo