Trânsito, transportes e mobilidade urbana, com Roberta Soares

Mobilidade

Por Roberta Soares e equipe
TRANSPORTE PÚBLICO

Greve de ônibus: o que é o controle de jornada via GPS, como funciona e o que querem os rodoviários

Extraoficialmente, o setor operacional já deixou claro que não tem como bancar plano de saúde para a categoria sem a participação financeira do Estado

Cadastrado por

Roberta Soares

Publicado em 13/08/2024 às 6:30
O controle de jornada é um rastreamento via satélite da jornada de trabalho do motorista. É realizada mediante aparelho que capta sinais de GPS e permite a transmissão de dados como a localização exata do veículo, o tempo no qual ficou parado e a velocidade em que trafegava - JAILTON JR./JC IMAGEM

Duas reivindicações dos motoristas de ônibus são fundamentais para encerrar a greve da categoria - pelo menos oficialmente, como garante o líder da categoria, Aldo Lima. A primeira delas é uma garantia formal de que os rodoviários terão em breve um plano de saúde. E a segunda é o fim do controle de jornada via GPS.

Extraoficialmente, o setor operacional já deixou claro que não tem como bancar uma assistência privada de saúde para a categoria sem a participação efetiva e financeira do governo de Pernambuco. É algo quase impossível - garantem.

Mas o segundo ponto que tem sido razão de entrave nas negociações salariais, o controle de jornada via GPS, seria algo mais ‘negociável’. Para quem não sabe, o controle de jornada é um rastreamento via satélite da jornada de trabalho do motorista. É realizada mediante aparelho que capta sinais de GPS e permite a transmissão de dados como a localização exata do veículo, o tempo no qual ficou parado e a velocidade em que trafegava.

O problema é que os rodoviários afirmam que esse tipo de controle faz com que o motorista tenha descontado do salário qualquer tempo, a partir de 5 minutos e até 30 minutos, que fique parado durante a sua jornada de trabalho.

“O plano de saúde e o fim do controle por GPS são os dois pontos inegociáveis para a categoria. Com esse ponto por GPS, o motorista está pagando para ir ao banheiro ou beber água entre uma viagem e outra. É desumano. Se ele parar por alguns minutos, paga. Se houver uma manifestação na rua e o ônibus ficar parado, ele paga também. E o plano de saúde é algo muito necessário para a categoria”, afirma Aldo Lima, presidente do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco.

PROPOSTAS FINANCEIRAS ATÉ NEGOCIÁVEIS

Terminal da PE-15 durante o primeiro dia da greve dos rodoviários e um dos mais afetados porque foi palco de bloqueios dos motoristas de ônibus - Gabriel Ferreira/ Jc Imagem
Terminal da PE-15 durante o primeiro dia da greve dos rodoviários - Gabriel Ferreira/ Jc Imagem

Segundo o sindicato, se houvesse avanço nas duas cláusulas, a categoria provavelmente aprovaria as propostas financeiras feitas pelos empresários de ônibus, que foram até razoáveis, reconhece.

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Os rodoviários pedem um aumento salarial de 9,6% (inflação + 5% de ganho real), mas a Urbana-PE ofereceu 5,1% (inflação + 0,5% de ganho real). A categoria também critica o valor de R$ 400 para o vale-alimentação (que hoje é de R$ 366,40) e o valor do abono de R$180 pela dupla função dos motoristas, atualmente no valor de R$ 150.

CRÍTICAS AO GOVERNO DE PERNAMBUCO POR NÃO SE ENVOLVER NO PROBLEMA

Os motoristas também fazem críticas à governadora Raquel Lyra por não ter dialogado com a categoria até agora e usam o repasse de subsídios públicos para o setor de transporte - mais de R$ 350 milhões - como munição para as críticas. “Para ajudar os motoristas não há dinheiro, mas o subsídio público está sendo destinado aos empresários”, criticam.

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