Radares: nova fiscalização de velocidade do Recife tem inovações para a gestão do trânsito. Confira quais

Radares de velocidade foram desativados em importantes corredores viários da capital pernambucana por mais de um ano e estão sendo reinstalados

Publicado em 05/09/2024 às 11:23 | Atualizado em 05/09/2024 às 11:41

O religamento da fiscalização eletrônica de velocidade nas ruas e avenidas do Recife, depois de mais de um ano desligada, vai trazer inovações para a gestão do trânsito da capital, além de garantir o cumprimento da velocidade limite dos corredores - o que gera uma redução de até 40% nos sinistros de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se define, segundo a ABNT).

Segundo informações da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), o número de faixas de rolamento monitoradas praticamente duplicou. No contrato anterior, eram 71 faixas monitoradas e, agora, serão 134 faixas, controladas por 45 a 50 radares.

Além disso, as câmeras têm laços não destrutivos (são de nova geração, sem usar mais os sensores físicos instalados no pavimento, o que evita danos nas vias) e contam com sensores que identificam a velocidade dos veículos e fazem a contagem do volume de tráfego.

INOVAÇÕES DA NOVA FISCALIZAÇÃO ELETRÔNICA DE VELOCIDADE

Foto: Divulgação
Contrato fica com o mesmo grupo de antes, o Consórcio Boa Viagem, formado pela empresa pernambucana Serttel e pela curitibana Perkons - Foto: Divulgação

Além da fiscalização de velocidade, os equipamentos fazem a leitura das placas dos veículos que passam pelos pontos com transmissão das imagens para a Central de Operações de Trânsito (COT) da CTTU. Antes, isso não estava disponível.

Também de acordo com a CTTU, estão previstos equipamentos com uso de energia solar para locais onde houver dificuldade de instalações elétricas, o que vai evitar as quedas de energias e, consequentemente, a desativação dos equipamentos.

Outra informação importante é que a operação dos radares permanecerá com o mesmo grupo do contrato anterior, o Consórcio Boa Viagem - formado pela empresa pernambucana Serttel e pela curitibana Perkons, referências na fiscalização eletrônica no País.

CUSTO DE R$ 3 MIL POR FAIXA DE ROLAMENTO MONITORADA

O contrato é válido por 12 meses, podendo ser prorrogado por mais 60 meses. O custo por faixa monitorada é de aproximadamente R$ 3 mil. Na concorrência, havia empresas cobrando até R$ 8 mil por faixa, o que teria gerado o descredenciamento de todas as concorrentes e uma nova convocação. O pregão para o novo contrato de fiscalização eletrônica de velocidade teve quatro empresas concorrendo e três delas chegaram a reduzir os valores apresentados em 30%, 15% e 10%. A única que não teria feito uma contraproposta seria a quarta colocada.

ENTENDA O DESLIGAMENTO DOS RADARES DE VELOCIDADE DO RECIFE

WELINGTON LIMA/JC IMAGEM
Via Mangue, que tem velocidade limite de 60 km/h e uma geometria sinuosa e, por isso, perigosa, também estava sem radares. Sinistros de trânsito foram registrados no corredor - WELINGTON LIMA/JC IMAGEM

Os radares de velocidade começaram a ser religados nos principais corredores viários do Recife na semana passada. Os equipamentos estavam parcialmente desligados desde junho de 2023 e fevereiro de 2024 por entraves na licitação do novo contrato.

Um dos primeiros corredores a receber de volta os equipamentos foi a Via Mangue, corredor viário expresso de acesso e saída da Zona Sul do Recife, que estava sem fiscalização eletrônica de velocidade e teve alguns sinistros de trânsito registrados no período.

A reinstalação está sendo realizada de forma gradual. Vias importantes, como a pista leste do Cais José Estelita, principal acesso da Zona Sul ao Centro da capital, já estão com os radares. Outros exemplos são o Largo do Cabanga e a Avenida Afonso Olindense, na Várzea, na Zona Oeste, que tiveram os equipamentos desativados.

DESLIGAMENTO DA FISCALIZAÇÃO DE VELOCIDADE NOS PRINCIPAIS CORREDORES DO RECIFE

Na prática, mais de cem avenidas e ruas da cidade ficaram totalmente desprovidas de fiscalização de velocidade e mais de 60 equipamentos foram desativados. Sob a ótica da segurança viária, a situação é desastrosa, principalmente para o Recife, que desde 2020 foi escolhido para ser uma das 30 cidades mundiais beneficiadas até 2025, pelo projeto Bloomberg para Segurança Viária Global, desenvolvido pela Bloomberg Philanthropies organização especializada em políticas públicas, que atua em 480 cidades ao redor do mundo.

Vale lembrar que o excesso de velocidade é a infração mais cometida pelos condutores em todo o País e no Recife não é diferente. E que são os controladores e redutores de velocidade que respondem pela redução em até 40% dos números sinistros de trânsito com vítimas.

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