Privatização do metrô: no Rio de Janeiro, governo vai assumir operação da Supervia, após gestão privada fracassar

Governo do Rio criou um grupo de trabalho para assumir a SuperVia, o sistema de trens urbanos fluminense, após concessionária desistir do serviço

Publicado em 28/10/2024 às 13:33 | Atualizado em 29/10/2024 às 18:31

Enquanto o futuro do Metrô do Recife caminha para a concessão privada da operação por pelo menos 30 anos, o Rio de Janeiro faz o caminho inverso com a Supervia, o sistema de trens urbanos fluminense. Na semana passada, o governo do Estado do Rio de Janeiro criou um grupo de trabalho para cuidar do fim da administração privada da SuperVia, medida publicada no Diário Oficial.

A concessionária Guarana Urban Mobility Incorporated (Gumi), que assumiu o controle acionário da SuperVia em maio de 2019, já tinha anunciado a intenção de deixar de prestar o serviço, negociando com a gestão de Cláudio Castro este processo.

O contrato original de concessão estava previsto para ser concluído em 2048, mas a empresa deve encerrar a operação em 2025. A Gumi é uma sociedade formada pelos grupos japoneses Mitsui e West Japan Railway Company.

Com a possibilidade do fim do contrato bem antes do programado, o governo fluminense instituiu um grupo para estudar e oferecer soluções relativas à transição, investimento e subsequente assunção do transporte ferroviário do Rio de Janeiro. O prazo é de seis meses para conclusão das tarefas, podendo ser ampliado por 180 dias e assim permitirem a realização do trabalho.

No final de setembro, as duas partes chegaram a um consenso. A ideia é evitar a descontinuidade do transporte oferecido aos passageiros. O grupo vai contar com representantes das secretarias da Casa Civil, de Transporte e da Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística.

UM NOVO CONTRATO DE CONCESSÃO PREVISTO

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A expectativa, entretanto, é que a operação da Supervia volte a ser privada em breve. Há duas possibilidades: uma nova empresa assumir a operação dos trens de forma provisória ou ficar com o Estado no período de transição. Mas tanto o governo como a SuperVia ainda têm que efetuar aportes financeiros para custeio do sistema durante o processo de transição. - Divulgação
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Há duas possibilidades: uma nova empresa assumir a operação dos trens de forma provisória ou ficar com o Estado no período de transição - Divulgação

A expectativa, entretanto, é que a operação volte a ser privada em breve. Há duas possibilidades: uma nova empresa assumir a operação dos trens de forma provisória ou ficar com o Estado no período de transição. Mas tanto o governo como a SuperVia ainda têm que efetuar aportes financeiros para custeio do sistema durante o processo de transição.

Anteriormente, o secretário estadual de Transportes, Washington Reis, tinha afirmado à imprensa que o próximo contrato para operar o sistema ferroviário do Rio de Janeiro deve ser de apenas cinco anos. E que o serviço vai ser operado pelo Estado.

Posteriormente, entretanto, o Governo do Rio afirmou em nota que, após a assinatura final, um processo de transição vai ser iniciado para que o Estado ou uma nova empresa assuma a concessão.

Atualmente a tarifa dos trens no Rio é de R$ 7,10 para atender 270 quilômetros de trilhos com 104 estações. E a operação, de tão deficitária e criticada pelos passageiros, é maior ou menor conforme os ramais e tem intervalos altos.

A Supervia atende municípios da Região Metropolitana do Rio: Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Nilópolis, Mesquita, Queimados, São João de Meriti, Belford Roxo, Japeri, Magé, Paracambi e Guapimirim.

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