O escritor peruano Mario Vargas Llosa (28/3/1936) disse certa vez, numa palestra em Porto Alegre, que “Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por idéias.“
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Eu estava analisando a obra do prêmio Nobel de Literatura de 2010 (por sua cartografia de estruturas de poder e suas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota individual) enquanto preparava aulas a distância para alunos da pós-graduação, quando acendi o fogo, moí uns grãos de Taquaritinga do Norte (PE), preparei o coador, passei o café e me sentei à mesa para refletir sobre a frase de Vargas Llosa.
Com base em um estudo do Ministério da Educação (2020), realizado em parceria com uma associação de editores de livros, a conclusão a que chegamos é de desalento. “O brasileiro lê, em média, dois livros por ano e 30% da população nunca comprou um livro”.
Esmiuçando essas informações, primeiro a análise de Vargas Llosa que adverte para que as pessoas que leem mais desenvolvem um senso crítico mais apurado, e depois a pesquisa do MEC sobre a pequena quantidade de livros que lemos, é possível apontar que o brasileiro por mais cordial que seja, como apontam os estudos do escritor Sérgio Buarque de Holanda (São Paulo 1902-1982), ainda assim está a carecer de bagagem literária para tornar-se mais presente não apenas de dois em dois anos, nos processos eleitorais.
O brasileiro precisa desenvolver essa aptidão para aperfeiçoar o censo critico. Saber cobrar do Estado, quando for preciso, mas também assumir o papel de cidadão, de quem reivindica valores e assume responsabilidades de cidadania.
Pense nisso!
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