O currículo não poderia ser mais completo. Graduação, pós-graduação, mestrado, doutorado, pós-doutorado e foi assim que Carlos Alberto Decotelli se apresentou como candidato a ministro da Educação. E foi aprovado!
Diálogo com prefeitos, bom trânsito com os governadores de estado, portas abertas no Congresso Nacional levaram o ex-presidente do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) a ser incensado como ministro da Educação.
Decotelli chegava à Esplanada dos Ministério como um professor gabaritado para disciplinar a Educação depois de sofridos 14 meses e dez dias nas mãos de Abraham Weintraub e o grupo de educadores reacionários que assombraram o setor.
Estava tudo indo às mil maravilhas, Carlos Alberto Decotelli chegou a dizer à Rádio Jornal que cobrassem dele eficiência na Educação e que “não faltariam trabalho, trabalho e trabalho”.
Com a posse programada para esta terça-feira, Decotelli viu o seu imaginário castelo de cartas fundamentado no currículo ruir pilastra após pilastra.
Primeiro foi a Universidade Nacional de Rosário (Argentina) negar que Carlos Alberto Decotelli tivesse feito o doutorado na instituição de ensino argentina. E lá se foi o Ministério da Educação corrigir o tempo do verbo. Em vez do particípio concluído, o MEC sapecou um gerúndio concluindo.
Depois, um professor foi às redes sociais questionar a autoria das informações que Carlos Alberto Decotelli disponibilizou na internet, na defesa da tese do mestrado. A suspeita é de que o trabalho contém estudos de outro pesquisador que Decotelli - não se sabe o porquê - esqueceu-se de dar crédito.
E por fim, a Universidade de Wuppertal, na Alemanha, comunicou que Decotelli não fez pós-doutorado na instituição de ensino. Pronto! O professor caiu em desgraça entre os militares mais graúdos do Palácio do Planalto, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) resolveu passar pente-fino no currículo e enquanto isso, a posse fica temporariamente suspensa. Precisava passar por esse vexame?
Pense nisso!