Presidente da Câmara lustra o próprio currículo com temas que agradam ao Planalto e à iniciativa privada

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Romoaldo de Souza
Publicado em 03/07/2023 às 17:36
Arthur Lira se pronuncia sobre suas despesas após vazamento de rascunho de pagamento para um "Arthur". Documento foi encontrado pela PF em busca e apreensão contra motorista de assessor de Lira Foto: MARINA RAMOS / CÂMARA DOS DEPUTADOS


O poderoso “centrão” dá sinais cada vez mais de evidente declínio e esse quadro de relativa “anemia política” deixou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), fragilizado para responder denúncias do escândalo na compra de kits de robótica para escolas em Alagoas.

Recentemente, a Polícia Federal encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) parte da investigação que aponta fraudes em contratos de kit. O nome “Arthur” aparece em uma série de pagamentos que envolvem Luciano Cavalcante, ex-assessor do presidente da Câmara.

A trégua de Lira veio quando ele deu folga aos deputados por uma semana, a pretexto de participarem das festas juninas. “Esse imprevisto recesso inegavelmente deu fôlego para ele se recompor” diz um aliado que pede até “pelo amor de Deus” para não ser citado.

Antes de dar início à votação da reforma tributária, a Câmara vai votar o projeto do Carf (Conselho de Administração de Recursos Financeiros) recriando o voto qualificado favorável ao conselho. Na prática, toda vez que os julgamentos terminarem empatados, o ganho de causa será a favor da União. Era tudo o que o Planalto queria.

Na esteira para mostrar serviços, Arthur Lira quer votar o arcabouço fiscal e o Programa de Aquisição de Alimentos que fortalece a agricultura familiar. Em seguida, a reforma tributária. “Não passa de sexta”, garante.

“BEBO SIM E ‘TÔ’ VIVENDO…
…Tem gente que não bebe e ’tá’ morrendo”
(João Violão e Luiz Antonio).

O presidente Lula da Silva (PT) revelou “um segredo” que dez entre dez servidores da Presidência da República estavam caducos de saber. “Antigamente, quando eu era mais novo, eu começava a tossir, eu tomava uma coisinha que passarinho não bebe, e minha garganta ficava boa. Agora, me ensinaram a beber água”.

Durante solenidade de início das obras de um dos lotes da Ferrovia de Integração Oeste-Leste que ligará o litoral baiano ao oeste do estado, Lula interrompeu várias vezes o discurso que fazia, tossia e tomava goles de água.

“Agora sou um cara que bebo só água, pelo menos na frente de vocês”, disse o presidente.

TCU VAI RASTREAR DINHEIRO DAS ONGS NA AMAZÔNIA
A CPI das ONGs na Amazônia vota requerimento nesta terça-feira (4) para convidar técnicos do Tribunal de Constas da União (TCU) responsáveis pela elaboração de um relatório sobre a atuação de ONGs na região, que receberam recursos do Fundo da Amazônia. A iniciativa do presidente da comissão, senador Plínio Valério (PSDB-AM), é mapear entrada e saída de recursos destinados a financiar atividades na Amazônia.

“Nós vamos ouvir mais um segmento invisível que também é atingido pela atuação dessas ONGs, que são os pequenos agricultores do interior do Pará. E também mais uma liderança indígena, para mais uma vez colocar ao país essa realidade”, antecipa.

"Nas oitivas pretendemos fazer com que essas pessoas [de ONGs] confessem o que estão fazendo no meio do mato. Vamos abrir essa caixa-preta”, revela do presidente da CPI. Para a próxima semana, está confirmado depoimento do ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo.

PENSE NISSO!
A prudência diplomática do Itamaraty prevaleceu e o tema de reinserção da Venezuela no Mercosul não será tratado nesta terça-feira, quando o Brasil assume a presidência rotativa do bloco.

"Na agenda desta cúpula não está prevista qualquer discussão. Mas, evidentemente que, neste contexto de retomada do diálogo que estamos promovendo com a Venezuela, este assunto deverá ser debatido em algum momento. Não há previsão, mas é um tema que está na nossa pauta. Eventualmente, gostaríamos de ver a Venezuela reintegrada ao Mercosul”, disse Gisele Padovan, secretária de América Latina e Caribe no Ministério das Relações Exteriores.

O Mercosul excluiu a participação da Venezuela em agosto de 2017 “por ruptura da ordem democrática”. A decisão foi unânime. O presidente do Brasil era Michel Temer (MDB).

 

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