Governo teme assustar consumidores com anúncio de elevação da gasolina

Leia a coluna Política em Brasília
Romoaldo de Souza
Publicado em 04/08/2023 às 19:29
PETROBRAS Jean Paul Prates é o novo presidente da estatal Foto: Roque de Sá/Agência Senado


O PETRÓLEO É NOSSO
Um poema de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) cairia bem na mesa do ministro de Minas e Energia. Alexandre Silvia reconheceu que os preços dos combustíveis estão “no limite”, insinuando reajuste; o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, finge que não é com ele, enquanto autoriza pagamento de dividendos aos acionista na ordem de R$ 14,9 bilhões referente ao segundo trimestre desde ano; e, o presidente Lula da Silva (PT) que se balança na cadeira quando o assunto é o “indigesto” tema sobre valor cobrado pela gasolina, o diesel e o etanol. “João amava Teresa que amava Raimundo/que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili,/que não amava ninguém”. Talvez nem assim, nem sob a inspiração de Drummond, eles se entenderiam.

CAFÉ FRIO
O procurador-geral da República, Augusto Aras, está sentindo na pele o significado da expressão “gosto de café frio”. Na cerimônia de posse do ministro do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, Aras ficou amuado em um canto. Nem de longe era aquela impoluta autoridade paparicada por quem tem enrosco com a Justiça. À noite não foi ao rega-bofe que recepcionou o novo integrante da corte, alegando problemas de saúde da sogra.

Com o mandato já no fim, termina em setembro, Augusto Aras já sente na boca o gosto de café frio. E que não mande requentar! Segundo o Café & Conversa, o primeiro podcast diário do rádio brasileiro, diariamente na Rádio Jornal uma das primeiras dicas é: “jamais requente um café”. Substâncias como os óleos e os polifenóis [antioxidantes e anti-inflamatórios] sofrem alterações e “mandam ao espaço” sabores e aromas.

LULA SE DIZ UM PRESIDENTE PERRECHÉ
Garantido, que usa a cor vermelha, e Caprichoso, que se veste de azul, são duas manifestações do folclore de boi-bumbá amazonense e a disputa é sempre muito acirrada. Este ano, o azul venceu o vermelho por uma diferença de 0,2 ponto.

Nesta sexta-feira (4), Lula e a primeira-dama, Rosângela da Silva, foram recepcionados pelos dois bois. Os azuis cantaram “A emoção liberta ao te ver chegar/E ao som da Marujada a estrela vai brilhar”. Já o contrário, os encarnados, receberam o presidente com os versos “Meu boi é valente pois é, seu menino/O meu povo é um povo de fé/Me orgulho de ser caboclo perreché”.

A tempo, perreché é um termo usado no Amazonas para identificar alguém que não estudou, por falta de oportunidade, mas que não cruzou os braços.

“LAVANDO” UM ROLEX
Documentos obtidos pela CPI do 8 de Janeiro apontam que o tenente-coronel Mauro Cid tentou vender um relógio da marca Rolex, por $ 60 mil dólares, que teria sido doado ao então presidente Jair Bolsonaro (PL), quando ele esteve na Arábia Saudita.

Em um dos e-mails, interceptados pelos parlamentares, após quebra de sigilo, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro conversa com uma interlocutora que pede informações sobre o certificado de garantia do relógio, e pergunta: “quanto você espera receber por ele? O mercado de Rolex usados está em baixa, especialmente para os relógios cravejados de platina e diamante, já que o valor é tão alto.” Logo depois, o oficial do Exército responde que o relógio é novo e que “nunca foi usado.” “Nós não temos o certificado do relógio, já que foi um presente recebido em viagem oficial de negócios. O que temos é o selo verde de certificado superlativo, que acompanha o relógio. Além disso, posso certificar que o relógio nunca foi usado. Pretendo receber por volta de $ 60.000 pela peça”. O negócio não foi concretizado.

DIRCEU E O ROLEX FALSO
Dez anos atrás, o então “capitão” do time de Lula, José Dirceu, foi surpreendido quando chegou à Caixa Econômica Federal para avaliar o Rolex que tinha recebido de presente do então deputado José Carlos Martinez (PTB-PR).

Ao ser informado pela sessão de Penhoras, de que se tratava de um objeto falsificado, Dirceu tomou um susto. O então chefe da Casa Civil iria doar o relógio ao programa Fome Zero, já que o código de ética da Presidência da República impede autoridades federais de receberem doações com valores superiores a 1% dos seus rendimentos.

"Martinez, te enganaram. O Rolex que você me deu de presente é falso”. Martinez teria pedido "mil desculpas" e se prontificado a providenciar "um novo Rolex para o Fome Zero". O autêntico Rolex nunca chegou ao programa social do governo. Martinez morreu dois meses depois.

 

 

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