Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
Romoaldo de Souza

Deputados voltam a reclamar das pautas "surpresas" do presidente da Câmara

Projeto para conceder porte de arma a deputado e senador chega à Câmara

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Romoaldo de Souza

Publicado em 22/12/2023 às 18:45
Dirigente destacou que com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a interação foi crescente ao longo de 2023 - AGÊNCIA SENADO

PERDIDO NO PARAÍSO
O disputadíssimo convite do Palácio do Planalto para as festanças do presidente Lula da Silva (PT), seus ministros e auxiliares próximos, caiu no colo do presidente do Banco Central, “jogado” pelo ministro da Fazenda. Foi Fernando Haddad quem sugeriu que Roberto Campos Neto participasse do churrasco de confraternização. “O clima foi o melhor possível”, resumiu um dos convivas.

NÃO DISSE, MAS PENSOU
Quando soube que Campos Neto iria ao “churras”, a presidente Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), não se conteve e ligou para alguns parlamentares, incluindo um líder do governo. Sua inquietação não reverberou.

PÉ FRIO
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, não foi ao “churras de confraternização do presidente Lula, viajou à custa da Fifa e ainda está sendo chamado de pé frio pelos tricolores das Laranjeiras.

Torcedor do Fluminense, Lupi foi à Arábia Saudita, não avisou ao chefe [Lula], vestiu a camisa do time brasileiro e teve de amargar a derrota por 4 x 0 para o Manchester City.

“Periga ainda levar um puxão de orelhas do presidente”, antecipou um auxiliar do Planalto.’

'FAROESTE CABOCLO’
“Jeremias, eu sou homem, coisa que você não é
E não atiro pelas costas, não
Olha pra cá, filha da puta sem-vergonha
Dá uma olhada no meu sangue e vem sentir o teu perdão”

O trecho da música de Renato Russo (1960-1996) imortalizada pelo grupo pop/rock Legião Urbana é dedicada ao deputado José Medeiros (PL-MT). O parlamentar bolsonarista apresentou projeto de lei para que deputados federais e senadores “tenham, automaticamente direito ao porte de arma”. No caso das assembleias legislativas estaduais, a decisão de ter ou não o porte fica a critério de uma decisão das casas legislativas.

“O parlamentar muitas vezes está sujeito às intempéries das decisões que ele toma no Parlamento e como o eleitor, nas ruas, vai interpretar isso?”, justificou.

A proposta de Medeiros, agente da Polícia Rodoviária Federal, chega à Câmara dois dias depois que o deputado Washington Quaquá (PT-RJ) deu um tabefe na cara do também deputado Messias Donato (Republicanos-RJ).

PAUTA ‘KINDER OVO’
Não é de hoje que os deputados reclamam do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de comandar as sessões com pautas “protegidas” por sete chaves. “Cheias de surpresas. A gente só sabe na hora”, reclama o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS).

“A pauta aqui é como um Kinder Ovo: abre junto com a Ordem do Dia, e não se sabe o que virá”, reclamou o parlamentar gaúcho, numa referência ao brinquedo que tem uma surpresa dentro.

CRÍTICAS AO FUNDÃO
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), chamou de “equívoco” a decisão de deputados e senadores de aprovaram o fundo eleitoral para 2024, de R$ 5,9 bilhões.

“É um equívoco nós estabelecermos um valor para eleição municipal no parâmetro de uma eleição geral para presidente, governador, senador e deputado. É um erro”, disse.

PENSE NISSO!
A quem serve o instrumento da reeleição de prefeitos, governadores e do presidente da República? A eles próprios e mais ninguém.

Não é há exagero nenhum em dizer que o chefe do Executivo quando assume o mandato está olhando para a frente. Quase sempre na segunda jornada, quatro anos depois.

Por isso, por essas discrepâncias entre quem tem o cargo e quem está na disputa por ele, que a melhor alternativa seria voltar ao que era antes: mandato de cinco anos para presidente, governadores e prefeitos.

Pense nisso!

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