Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
Romoaldo de Souza

Planalto se cala sobre manifestação da direita

PT ainda não definiu sobre voto no projeto contra saidinhas

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Romoaldo de Souza

Publicado em 26/02/2024 às 21:43
Ato realizado em apoio a Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, neste domingo (25) - NELSON ALMEIDA/AFP

DE BICO CALADO
O presidente Lula da Silva (PT) se negou a responder uma pergunta de uma jornalista sobre o ato promovido por bolsonaristas, no domingo (25), na avenida Paulista, em São Paulo (SP).

O presidente não quis falar, mas o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, disse que o ato “não teve surpresa”, tendo como referência os organizadores e “a força que tiveram no passado”. E a claque palaciana ainda vaiou a jornalista do Valor Econômico.

SURPRESA
O ministro disse que a surpresa se “refere apenas ao conteúdo, à confissão dos crimes praticados. O Brasil inteiro ficou surpreso pela primeira vez na história pessoas que cometeram eventos criminosos chamam evento em praça pública e na praça pública, em frente à multidão, confessam o crime e vão além disso", afirmo Rui Costa.

SEM AVIÃO
Nem bem o ano começou e já tem ministro - daqueles que demoram a ter uma audiência com o presidente - que fizeram chegar ao Planalto a informação de que “por mais que tentem”, “por mais que seja urgente” não conseguem reservar avião da Força Aérea. A resposta é sempre a mesma: “as aeronaves estão todas em operação”.

PANELA DE PRESSÃO
O ministro Luis Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), advertiu o presidente Lula de que se a regra pondo um fim na saidinha for aprovada, boa parte das cadeias pode se tornar uma panela de pressão. Lula já antecipou ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que o caminho será o veto. Aí o Congresso Nacional já tem articulação para derrubar.

NEM TANTO AO MAR
Na bancada do PT, por enquanto, a recomendação da liderança é “ouvir especialistas” e representantes de “organizações da sociedade civil” antes de tomar uma decisão pelo voto contrário ou a favor do projeto que trata do fim da saidinha.

À coluna, o deputado Carlos Veras (PT-PE) afirmou que considera que “o Senado fez um conjunto de modificações”, em relação ao texto aprovado pelos deputados e que o momento é de “ouvir especialistas e organizações da sociedade civil para, então, definir uma posição da bancada do PT na Câmara. É um tema sério, que precisa ser avaliado de forma profunda, para encontrarmos respostas e construir políticas públicas efetivas na segurança pública”, argumentou o parlamentar pernambucano.


PENSE NISSO!
Com a devida licença poética, o cantor Jorge Ben Jor sempre abre seus shows com um brado a Engenho de Dentro, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro: “Olha aí meu bem. Prudência e dinheiro no bolso. Canja de galinha. Não faz mal a ninguém…”

O ato da Paulista no domingo mostrou um Jair Bolsonaro (PL) “prudentemente” ponderado. Moderado. Acuado, quem sabe. Amuado.

O ex-presidente responde a processo no STF justamente por seus rompantes verborrágicos, embora uma ou outra vez tenha lhe sobrado desejo, à medida que lhe escasseou a coragem, para uma aventura autoritária.

O fato é que se Bolsonaro tivesse trocado o falso hábito de tomar leite condensado por um caldo de galinha. Se o então presidente tivesse sido menos espalhafatoso e primado pelo respeito às instituições, o ato do domingo não precisaria ter sido realizado.

Agora, Inês é morta, Bolsonaro!

Pense nisso!

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