DE BICO CALADO
O presidente Lula da Silva (PT) se negou a responder uma pergunta de uma jornalista sobre o ato promovido por bolsonaristas, no domingo (25), na avenida Paulista, em São Paulo (SP).
O presidente não quis falar, mas o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, disse que o ato “não teve surpresa”, tendo como referência os organizadores e “a força que tiveram no passado”. E a claque palaciana ainda vaiou a jornalista do Valor Econômico.
SURPRESA
O ministro disse que a surpresa se “refere apenas ao conteúdo, à confissão dos crimes praticados. O Brasil inteiro ficou surpreso pela primeira vez na história pessoas que cometeram eventos criminosos chamam evento em praça pública e na praça pública, em frente à multidão, confessam o crime e vão além disso", afirmo Rui Costa.
SEM AVIÃO
Nem bem o ano começou e já tem ministro - daqueles que demoram a ter uma audiência com o presidente - que fizeram chegar ao Planalto a informação de que “por mais que tentem”, “por mais que seja urgente” não conseguem reservar avião da Força Aérea. A resposta é sempre a mesma: “as aeronaves estão todas em operação”.
PANELA DE PRESSÃO
O ministro Luis Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), advertiu o presidente Lula de que se a regra pondo um fim na saidinha for aprovada, boa parte das cadeias pode se tornar uma panela de pressão. Lula já antecipou ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que o caminho será o veto. Aí o Congresso Nacional já tem articulação para derrubar.
NEM TANTO AO MAR
Na bancada do PT, por enquanto, a recomendação da liderança é “ouvir especialistas” e representantes de “organizações da sociedade civil” antes de tomar uma decisão pelo voto contrário ou a favor do projeto que trata do fim da saidinha.
À coluna, o deputado Carlos Veras (PT-PE) afirmou que considera que “o Senado fez um conjunto de modificações”, em relação ao texto aprovado pelos deputados e que o momento é de “ouvir especialistas e organizações da sociedade civil para, então, definir uma posição da bancada do PT na Câmara. É um tema sério, que precisa ser avaliado de forma profunda, para encontrarmos respostas e construir políticas públicas efetivas na segurança pública”, argumentou o parlamentar pernambucano.
PENSE NISSO!
Com a devida licença poética, o cantor Jorge Ben Jor sempre abre seus shows com um brado a Engenho de Dentro, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro: “Olha aí meu bem. Prudência e dinheiro no bolso. Canja de galinha. Não faz mal a ninguém…”
O ato da Paulista no domingo mostrou um Jair Bolsonaro (PL) “prudentemente” ponderado. Moderado. Acuado, quem sabe. Amuado.
O ex-presidente responde a processo no STF justamente por seus rompantes verborrágicos, embora uma ou outra vez tenha lhe sobrado desejo, à medida que lhe escasseou a coragem, para uma aventura autoritária.
O fato é que se Bolsonaro tivesse trocado o falso hábito de tomar leite condensado por um caldo de galinha. Se o então presidente tivesse sido menos espalhafatoso e primado pelo respeito às instituições, o ato do domingo não precisaria ter sido realizado.
Agora, Inês é morta, Bolsonaro!
Pense nisso!