Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
Romoaldo de Souza

Governo prorroga prazo para distribuição gratuita de água em shows

Em Brasília tem muita gente pergunta o que é que o ditador Daniel Ortega sabe - mais do que sabemos - sobre falcatruas de governos do PT

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Romoaldo de Souza

Publicado em 27/08/2024 às 19:44 | Atualizado em 27/08/2024 às 19:53
Ministro do STJ Og Fernandes falando sobre jurisprudência criminal, em Vitória-ES - Damon Almeida

PARA COM ISSO, LULA!
Para quem já tomou cachaça até virarem a noite juntos, o presidente Lula da Silva (PT) não gostou da bronca que tomou do amigo Daniel Ortega, ditador da Nicarágua: “a postura de Lula é vergonhosa. Ele está alinhado aos interesses dos Estados Unidos”, disse Ortega, puxando as orelhas do presidente brasileiro que não reconheceu, ainda, a vitória de Nicolás Maduro na Venezuela.

O QUE É ISSO, COMPANHEIRO!
Líderes partidários que estiveram com Lula, no Planalto, ficaram em silêncio quando o presidente voltou a tocar no argumento de que “o Maduro deveria ser mais flexível” e aceitar a tese, única no mundo civilizado, segundo a qual quem venceu a primeira disputa [28 de julho] “venceria facilmente a segunda”.

E não houve um líder sequer que emparedasse o presidente perguntando o que o Brasil ganha despejando energia na Venezuela. O assessor internacional do governo, Celso Amorim, é o “pai da criança”.

SEGUNDO NELSON RODRIGUES
O jornalista pernambucano costumava dizer que “os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”. Caso você tenha curiosidade em saber o porquê desse comentário de Nelson Rodrigues (1912-1980), é só olhar as redes sociais que você vai assistir a um espetáculo rasteiro: a campanha de Guilherme Boulos (Psol) “adaptou” o Hino Nacional, adotando linguagem neutra. Com medo de um processo no lombo o deputado retirou o vídeo de sua página de campanha.

SALVE, CRUZEIRO!
Mineiro de Juiz de Fora, o ministro Rogerio Schietti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), não perde uma oportunidade sempre que encontra interlocutor interessado, para falar do Cruzeiro, seu time de coração.

Tem na ponta da língua um trecho do hino do clube que, quando a torcida canta, estremece o Mineirão:
“Existe um grande clube na cidade
Que mora dentro do meu coração
Eu vivo cheio de vaidade
Pois na realidade é um grande campeão”.

CAZÁ, CAZÁ! VAMOS, LEÃO!
No início dos trabalhos da 6ª Turma, do STJ, Schietti cumprimentou o pernambucano do Recife, ministro Og Fernandes, que estava vestido em um terno azul ”a cor mais bonita, pelo menos em Minas Gerais,” nas palavras de Schietti. Og Fernandes sorriu e mentalmente cantarolou o grito de guerra do seu clube do coração:
“A vida a gente vive
Pra vencer Sport, Sport
Uma razão para viver.”
Em tempo: o Cruzeiro de Schietti e o Sport de Og já se enfrentaram 34 vezes. O “Leão” devorou a “Raposa” sete vezes. A “Raposa” traçou o “Leão” em seis jogos. Empataram 21 vezes.

BICO CALADO
Esqueça a promessa de campanha do candidato Lula da Silva, quando jurou em 2022 “baixar um ‘revogaço’” em “todas as medidas” do então presidente, Jair Bolsonaro (PL), que vinha sempre com um ato impondo silêncio a ações do seu governo, inclusive quantas vezes os filhos visitaram o gabinete do pai.

Com base na Lei de Acesso à Informação, O Globo pediu ao Ministério das Relações Exteriores cópia de ofícios trocados entre o Itamaraty e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em meio à farsa eleitoral que referendou Nicolás Maduro presidente da Venezuela. A resposta da diplomacia brasileiro foi de que divulgar a documentação poderia “prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais”, justificou o ministério ao colocar a correspondência sob sigilo, por cinco anos.

‘NO FREE WATER’
Portaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública determina que promotores de shows e festivais deverão, até pelo menos dezembro deste ano, “assegurar o acesso gratuito de garrafas de água de uso pessoal” e “disponibilizar bebedouros sem custo adicional ao consumidor”. Alguém poderia chegar-se ao ministro Ricardo Lewandowski e lembrá-lo de uma famosa frase atribuída ao Nobel de Economia Milton Friedman: ”Não há almoço grátis.” Alguém vai ter de pagar a água que será distribuída [gratuitamente] nos shows.

PENSE NISSO!
Na mesa de bar, tudo o que você não quer ouvir de um amigo é que ele fique recordando seus erros, suas mancadas. Suas trapalhadas, seus porres homéricos.

No meio político, é recomendável que aliados não se apeguem a erros e tramoias que lhes deixam mal diante da sociedade.

Essas regras não valem para ditadores. Aliás, é por isso que são assim chamados: ditadores. Eles refugam regras que não lhes beneficiem.

Agora, quando o amigo ameaça “contar coisinhas” é porque a relação está estremecida que nem uma DR vai resolver.

Irritado com Lula, o ditador Daniel Ortega lembrou escândalos de corrupção envolvendo o petista e ameaçou: ”Não foi o governo mais limpo, lembre-se bem, Lula, porque eu poderei contar várias coisinhas.”

Conta! Conta! Conta!

Pense nisso!

 

 

 

 

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