Mortes violentas geram grande variação entre as expectativas de vida de homens e mulheres nos estados do Nordeste. Foto: Raphael Alves/TJAM
Estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que os homens vivem 8,1 anos a menos que as mulheres em Pernambuco por conta das mortes violentas. O Estado ficou entre os cinco do País com maior diferença entre as expectativas de vida entre homens e mulheres.
Segundo o gerente de Componentes da Dinâmica Geográfica do IBGE, Fernando Albuquerque, a violência crescente no Norte e no Nordeste tem pesado para esse quadro. "A sobremortalidade vem diminuindo no Sul e no Sudeste e aumentando no Norte e no Nordeste. Políticas como a Lei Seca e mudanças no policiamento têm feito com que os óbitos violentos e a sobremortalidade venham caindo, mas o contrário está acontecendo no Norte e no Nordeste."
Os cinco estados com as maiores diferenças entre a expectativa de vida de homens e de mulheres também ficam no Nordeste: depois de Alagoas, vêm a Bahia, com 9 anos; Sergipe, com 8,4 anos; Piauí, com 8,2; e Pernambuco, com 8,1, que empata com o Espírito Santo, na Região Sudeste.
De acordo com Albuquerque, a mortalidade da população jovem é uma das explicações para essa diferença: 90% dos mortes violentas na população de 15 a 24 anos são de homens. "Um ponto crucial [para aumentar a expectativa de vida no país] seria reduzir a mortalidade dos jovens, principalmente do sexo masculino", disse ele.
Segundo o Diagnóstico dos Homicídios no Brasil, divulgado neste ano pelo Ministério da Justiça, o Nordeste tem a maior taxa de homicídios do país: 33,76 assassinatos por 100 mil habitantes. A Região Norte tem 31,09 homicídios para esse contingente populacional. No Sul e no Sudeste, as taxas são aproximadamente a metade: 14,36 e 16,91.
Com informações da Agência Brasil