Associação de peritos denuncia que cenário de assalto à empresa Brinks foi alterado

Publicado em 23/02/2017 às 15:53
Foto: Ataque à empresa Brinks resultou em tiroteio entre polícia e bandidos. Carros também foram queimados. Foto: Bobby Fabisak


Entre materiais apreendidos há farda do Exército, coletes à prova de bala, armas e mapa Atualizada às 18h08 O cenário onde ocorreu o assalto à empresa de transporte de valores Brinks e onde foi registrado o tiroteio entre policiais e bandidos, na Zona Oeste do Recife, sofreu alterações e pode trazer prejuízos às investigações. A denúncia é da Associação de Peritos Papiloscopistas de Pernambuco. Segundo informações da categoria, ao chegarem no local os profissionais, que são responsáveis pela coleta e análise de impressões digitais, encontraram vários materiais, como armas, já recolhidos por outros policiais ou peritos criminais que não estavam usando qualquer proteção, como luvas. "Dois carros blindados, abandonados pela quadrilha, também já estavam sendo rebocados no momento em que os papiloscopistas chegaram", afirmou Carlos Eduardo Maia, presidente da associação. O galpão no bairro de Jardim São Paulo onde seria o esconderijo do grupo também não foi preservado para a perícia papiloscópica, segundo Maia. "Tudo estava violado. Os profissionais ainda conseguiram pegar alguns materiais, mas armas, por exemplo, já haviam sido apreendidas. Fica difícil uma análise quando os materiais já estão violados", criticou. O problema é semelhante ao registrado em junho do ano passado, quando o corpo do empresário Paulo César Morato, investigado na Operação Turbulência da Polícia Federal, foi encontrado em um quarto de motel em Olinda. A categoria denunciou que o local não foi devidamente isolado, prejudicando as perícias. "Mais uma vez o problema se repete. Não foi feito um isolamento correto, e há prejuízos ao trabalho dos peritos", disse Carlos Eduardo Maia. Ele afirmou que vai encaminhar pedido para uma reunião com o secretário Angelo Gioia para tratar do assunto. Segundo o presidente da associação, outros dois encontros já foram solicitados, desde que Gioia assumiu a pasta, mas até agora os representantes da associação não foram recebidos pelo gestor. "Depois do Caso Morato, foi criado um grupo de trabalho para evitar casos como aquele, mas ainda não houve conclusão e nem uma portaria padronizando o trabalho dos profissionais em locais de crime", concluiu Maia. "Não houve violação" A gestora da Polícia Científica de Pernambuco, Sandra Santos, rebateu as críticas da associação. "Temos um rico material coletado nestes locais de crime. Os laboratórios estão trabalhando na análise desse material. O perímetro do local de crime era muito amplo. Era impossível isolar totalmente. Mandamos seis equipes ao local, realizamos perícias, coletamos amostras de DNA, projéteis e imagens (fotos, vídeos). Posso garantir que não houve nenhum prejuízo às investigações. Estou tranquila. Estamos trabalhando muito para dar uma rápida resposta à população. É isso que queremos. ", afirmou Sandra Santos. Leia Mais: Polícia acredita que líder de quadrilha é assaltante de banco preso no início do mês Buscas por suspeitos Ataque à empresa Brinks resultou em tiroteio entre polícia e bandidos. Carros também foram queimados. Foto: Bobby Fabisak Os integrantes da quadrilha seriam de São Paulo, todos ligados ao líder, segundo investigadores ouvidos em reserva pelo blog. Há suspeitas ainda de que alguns deles teriam se infiltrado e estavam prestando serviços à empresa - fato ainda não confirmado, já que esses supostos funcionários  ainda não foram encontrados pela polícia para prestar depoimento. Na manhã dessa quarta-feira (22), outros funcionários da empresa prestaram depoimento no Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri). Também nessa quarta-feira o chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle, confirmou que um homem que seria um dos integrantes da quadrilha já está preso. A identidade dele bem como outras informações ainda estão sendo mantidas em sigilo. Uma companheira dele também teria sido detida. A assessoria da Polícia Civil informou que por enquanto nenhum detalhe será repassado. O caso Cerca de 20 a 30 pessoas podem ter participado da ação, cuja quantia em dinheiro roubada ainda não foi revelada. Em coletiva, ontem, o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Joselito Kehrle, destacou que a quadrilha é interestadual e que já tem algumas pistas sobre os integrantes. No entanto, nenhum outro detalhe foi repassado. Sabe-se, porém, que o grupo há cerca de 15 dias havia alugado um galpão em Jardim São Paulo. Veja aqui imagens dos materiais encontrados no imóvel.  
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