Betinho foi encontrado morto no apartamento onde morava, em maio de 2015. Foto: Reprodução
A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) vai instaurar investigação para analisar as perícias do Caso Betinho. A decisão foi tomada pelo secretário Ângelo Gioia, na noite desta sexta-feira (26), após laudos de peritos da Polícia Federal de Pernambuco apresentarem divergências dos resultados dos peritos papiloscopistas estaduais.
Uma possível reviravolta acontece dois anos após o
assassinato do coordenador pedagógico José Bernardino da Silva Filho, conhecido como Betinho do Agnes. A principal prova apresentada pela Polícia Civil para indiciar um dos suspeitos do crime está sendo questionada. Peritos federais não encontraram digitais de Ademário Gomes da Silva Dantas, 21 anos, no cômodo da residência da vítima, ao contrário do que afirmaram os peritos papiloscopistas de Pernambuco. O
Ronda JC teve acesso aos laudos na manhã desta sexta-feira (26).
A defesa do acusado vai pedir que a Justiça arquive o processo por falta de provas.
Como antecipou o blog,
a nova perícia aconteceu a pedido da defesa de Ademário. Por determinação da Justiça, a Polícia Federal entrou no caso apenas para fazer o exame. Os resultados foram apresentados nesta sexta-feira em nova audiência de instrução e julgamento do processo. A defesa do acusado ainda questionou divergências entre os laudos do Instituto de Criminalística e do Instituto de Medicina Legal (IML) com relação à hora da morte de Betinho.
Com o resultado divergente, caberá agora uma análise do Ministério Público e da Justiça para decidir qual laudo será considerado. Vale lembrar que esse processo corresponde apenas à acusação contra Ademário, já que o outro acusado, na época com 17 anos, responde a medida socioeducativa, na Vara da Infância e Juventude da Capital.
Os dois acusados eram alunos do Colégio Agnes, onde Betinho trabalhava.
Caso Betinho
Segundo o delegado Alfredo Jorge, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP),os autores da morte de Betinho teriam sido Ademário, que é filho de um dos diretores do Colégio Agnes, e um jovem, então com 17 anos.
Digitais de ambos foram achadas no apartamento da vítima, na Avenida Conde da Boa Vista, área central do Recife. As digitais do menor foram identificadas em uma das armas do crime, um ferro de passar roupa que foi utilizado para torturar o professor.
O professor que morava sozinho, foi encontrado amarrado nos pés e no pescoço, com fios de eletrodomésticos, e morreu devido a golpes de ferro de passar na cabeça, segundo a polícia.
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