Corregedoria da SDS vai investigar peritos do Caso Sérgio Falcão

Publicado em 13/12/2017 às 7:52
Foto: Para a polícia, não há dúvidas de que Sérgio Falcão foi assassinado. Foto: TV Jornal/Reprodução


Para a polícia, não há dúvidas de que Sérgio Falcão foi assassinado. Foto: TV Jornal/Reprodução Os peritos criminais responsáveis pelo primeiro laudo que apontou que o empresário da construção civil Sérgio Falcão, 52 anos, cometeu suicídio serão investigados. Um procedimento administrativo será aberto pela Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) para apurar possíveis falhas ou até irregularidades praticadas pelos profissionais. A decisão foi tomada após uma revisão no laudo confirmar que o empresário foi vítima de homicídio. O novo resultado foi divulgado em primeira mão pelo Ronda JC. O inquérito que indiciou dois policiais militares pelo assassinato de Sérgio Falcão está sendo analisado pelo promotor André Rabelo em parceria com outras duas promotoras. Ele confirmou que vai apresentar, nesta sexta-feira (15), denúncia à Justiça. O promotor não quis adiantar detalhes da denúncia, mas confirmou que, além dos dois PMs, outras pessoas também podem ser incluídas no processo. Sobre as divergências nas perícias, Rabelo afirmou que caberá à Corregedoria da SDS investigar, administrativamente, a conduta dos peritos que, no primeiro laudo, apontaram a morte do empresário como uma suicídio. A morte de Sérgio Falcão aconteceu em 28 de agosto de 2012. Desde então, o mistério cerca o caso - visto que a polícia sempre acreditou em homicídio, mas a perícia apontava para o suicídio. A revisão na perícia, solicitada insistentemente pela delegada Vilaneida Aguiar, foi entregue na última semana ao Ministério Público. Sérgio Falcão foi morto com um tiro na boca dentro do apartamento onde morava, no edifício 14 Bis, na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, em 28 de agosto de 2012. Na época, perícia do Instituto de Criminalística apontou que o empresário cometeu suicídio, mas a polícia nunca acreditou nessa tese e, por cinco anos, a delegada Vilaneida Aguiar continuou investigando o caso e solicitando inúmeras perícias e revisões de laudos. A família também sempre acreditou em homicídio. Leia entrevista exclusiva com a viúva do empresário. A INVESTIGAÇÃO Para a investigadora, não há dúvidas de que Falcão foi morto pelo PM reformado Jailson Melo - que prestava serviço de segurança à vítima na época. Na versão da polícia, o policial foi ao apartamento de Falcão e, depois de encontrá-lo, os dois seguiram para o quarto. O PM então teria sacado a arma (uma pistola 380) que estava na cintura e atirou na boca de Sérgio. Foram oito minutos entre a chegada e a saída do policial. Uma mala, que teria mais de R$ 100 mil, foi encontrada vazia. Outro detalhe, revelado pela polícia, é que Falcão tinha um revólver em casa e poderia ter usado se quisesse realmente se matar. O dono da arma, o militar reformado Jadilson Melo - irmão do suspeito - também foi indiciado por homicídio. Para a delegada, Jailton agiu em "conluio" com o atirador. Eles teriam sido pagos para praticar o crime. Apesar da conclusão das investigações, os policiais militares seguem em liberdade. No relatório enviado ao Ministério Público, em agosto deste ano, a delegada ainda afirma que dois homens são suspeitos de ser mandantes: um parente de Sérgio Falcão e um empresário alagoano. Eles, porém, não foram indiciados por falta de provas materiais. Com a confirmação também pela perícia de que o empresário foi morto, a tese de mandante do crime ganha mais força e deve dar um novo rumo ao processo. No relatório encaminhado ao MPPE, com 85 páginas, a delegada afirma que a morte do empresário teve motivação financeira. A empresa Falcão Construtora estaria afundada por dívidas e trazendo prejuízos a muita gente, inclusive ao empresário alagoano que a Polícia Civil suspeita ter sido um dos mandantes do homicídio. Os detalhes do crime teriam sido planejados no Recife dias antes em reunião com a presença de todos os suspeitos.   LEIA TAMBÉM SDS apura se delegado cometeu falhas em investigação de acidente em Boa Viagem Caso Betinho: ‘Esperamos que a Justiça absolva meu filho’, afirma pai de acusado Condenada por matar turista alemã, Delma Freire quer R$ 200 mil e pensão alimentícia Assassino do estudante Alcides vai a júri popular por mais um crime no Recife      
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