Sistema adquirido pelo MPPE consegue colher todas as informações de qualquer celular. Foto: MPPE/Divulgação
Esqueça aquela história de total privacidade. O novo sistema adquirido pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para combater o crime organizado promete descobrir todas as conversas, fotos e vídeos que estão em qualquer aparelho celular. Inclusive aqueles arquivos que já foram apagados. No Estado, a tecnologia será usada principalmente na identificação de casos de corrupção, lavagem de dinheiro e crimes de improbidade administrativa.
O sistema desenvolvido por uma empresa israelense permite a extração de dados de qualquer sistema operacional, mesmo que algum dos arquivos esteja na nuvem, bloqueado por senha ou mesmo criptografado - a exemplo das conversas de WhatsApp. Um verdadeiro dossiê com listas de contatos, informações das redes sociais e de e-mails, fotos e vídeos, senhas, dados de localização, além de buscas e sites visitados também vão estar na mira dos investigadores.
“Com esse novo software, será possível confrontar informações forenses com mais rapidez e qualidade, além da possibilidade de fazer cruzamento, com um processamento de dados que não poderia ser feito pelo homem, ou que duraria muito mais tempo caso fosse realizado manualmente. Essa tecnologia já é utilizada em diversas forças policiais e de investigação no Brasil e no mundo. Toda a utilização só é realizada de forma segura, com a preservação dos dados e devidas autorizações jurídicas”, disse o procurador-geral de Justiça, Francisco Dirceu Barros.
O software já é utilizado no Brasil pelo Ministério Público Federal e também pela Polícia Federal. Na análise de vários suspeitos de um crime, por exemplo, é possível encontrar contatos que eles têm em comum, apontar quando falaram entre si e, por meio da informação do GPS, identificar quando eles estiveram no mesmo local. “ Podemos identificar e catalogar um conjunto de palavras e expressões suspeitas, além de traçar as rotas que um determinado sujeito fez, detectando rastros virtuais deixados”, explicou o promotor de Justiça e integrante do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), Frederico Magalhães.
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