Com aumento da violência, Ipojuca lança 'botão do pânico' para proteger as mulheres
Município é um dos primeiros da Região Metropolitana do Recife a adotar a medida para as vítimas pedirem ajuda
O município de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR), viu crescer o número de mulheres que procuraram a delegacia para denunciar a violência doméstica. Entre janeiro e agosto deste ano, foram 247 casos na cidade, segundo dados da Secretaria de Defesa Social (SDS). Quase 47% das vítimas têm idades entre 35 e 64 anos. Já no mesmo período de 2020, foram 188 denúncias. O aumento dos casos acendeu o alerta à gestão municipal, que implantou ontem o botão do pânico. A ferramenta vai permitir que a mulher peça ajuda, acionando a Central de Monitoramento e o efetivo da Guarda Municipal mais próximo ao local. Além do GPS, a ferramenta gravará a conversa ambiente, podendo servir também como prova no âmbito judicial.
As mulheres que são resguardadas por medida protetiva e que passarem por avaliação psicológica feita pela equipe da Secretaria Especial da Mulher e Patrulha Maria da Penha do Ipojuca poderão receber o botão do pânico. Ipojuca é um dos primeiros municípios da RMR a adotar a ferramenta. Jaboatão dos Guararapes já disponibiliza o botão desde 2016.
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Durante evento para apresentar a iniciativa, ontem, prefeita de Ipojuca, Célia Sales, destacou que, infelizmente, segundo o Ministério da Saúde, “a cada quatro minutos uma mulher é agredida no Brasil”. Disse ainda que “todos nós, gestores, e sociedade civil, precisamos fazer a nossa parte, seja implantando ferramentas como essa, seja conscientizando que denunciar não é vergonha, mas um ato de coragem”.
SEM FEMINICÍDIOS
Também no evento, o delegado da 10ª Seccional do Cabo de Santo Agostinho, que responde por Ipojuca, Abraão Didier, reforçou o quanto a tecnologia vai proporcionar uma atuação mais assertiva no combate à violência contra a mulher. Ele informou que de janeiro até esta terça-feira, Ipojuca não registrou nenhum caso de feminicídio.