INVESTIGAÇÃO

Reprodução simulada da morte da menina Heloysa, em Porto de Galinhas, será quarta-feira (27)

Objetivo é tirar dúvidas sobre quem, de fato, atirou na criança na tarde do dia 30 de março deste ano, quando houve perseguição de policiais do Bope a um suspeito

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Raphael Guerra

Publicado em 25/04/2022 às 17:04 | Atualizado em 25/04/2022 às 18:10
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A polícia está mais perto de concluir as investigações sobre a morte da menina Heloysa Gabrielly, de 6 anos, na comunidade de Salinas, na praia de Porto de Galinhas, Litoral Sul de Pernambuco. Uma reprodução simulada será realizada na tarde desta quarta-feira (27), às vésperas de completar um mês do caso. A informação foi confirmada pela coluna Ronda JC com fontes da Polícia Civil e do Instituto de Criminalística do Estado. 

O objetivo da perícia é identificar quem, de fato, atirou na menina no momento em que acontecia uma perseguição de policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) a um suspeito que passava de moto pela comunidade. 

Na versão divulgada oficialmente pela Polícia Militar, no dia em que a menina foi morta, foi dito que houve uma troca de tiros entre os PMs e uma dupla suspeita de tráfico de drogas. 

Mas a versão relatada por testemunhas, inclusive por uma tia que estava com a menina no momento em que houve a morte, é de que apenas os policiais atiraram. Imagens de câmeras de segurança só mostram um homem na moto.

A expectativa maior é justamente pela participação desses policiais do Bope. Ainda não há a certeza de que esses policiais, voluntariamente, irão colaborar com a reprodução simulada.

Peritos do Instituto de Criminalística já estão fazendo todo o mapeamento necessário para que a reprodução simulada seja realizada com sucesso. Serão utilizados drones, scanner 3D e outros equipamentos de tecnologia de ponta.

Alguns laudos periciais já foram entregues à Polícia Civil, mas ainda não foi possível afirmar, com 100% de certeza, quem atirou em Heloysa. 

INVESTIGAÇÕES

ALEX OLIVEIRA/JC IMAGEM
INTERDIÇÃO Grupo ateou fogo e fechou vias de acesso à praia. Protesto durou até o final da noite - ALEX OLIVEIRA/JC IMAGEM

A morte de Heloysa aconteceu na tarde de 30 de março de 2022. Ela brincava na rua no momento em que foi baleada no peito. Indignados, moradores da comunidade de Salinas fizeram protestos durante três dias pedindo justiça e também denunciando excessos cometidos por policiais do Bope. 

Porto de Galinhas, que é principal cartão-postal de Pernambuco, viveu dias tensos com comércio fechado, atos de vandalismo e medo entre turistas. O governo estadual precisou criar uma operação chamada Porto Seguro, com reforço de 250 policiais, para dar mais segurança à praia.

Na semana seguinte à morte de Heloysa, os policiais que atuaram na perseguição foram retirados de Porto de Galinhas. Eles seguem afastados de lá, mas trabalhando em outra unidade do Bope. 

Além do inquérito sobre a morte da menina, também foi instaurada uma investigação pela Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) e outra pela própria Polícia Militar. Esses dois procedimentos visam avaliar a conduta dos policiais do Bope na ação que resultou na morte da menina.

Não há prazo para conclusão das três investigações.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) afirmou que também está acompanhando as investigações. "O MPPE vem a público compartilhar que está atento aos fatos e dando suporte à atuação dos promotores de Justiça, bem como às suas seguranças diante das três situações investigadas, garantindo a efetiva apuração."

 


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