CRIME EM PETROLINA

Com reforço policial, audiência do acusado de matar Beatriz começa nesta terça-feira (22)

Justiça prevê a ouvida de 16 testemunhas de acusação e de defesa, além do interrogatório do réu confesso

Raphael Guerra
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Raphael Guerra
Publicado em 21/11/2022 às 17:13 | Atualizado em 21/11/2022 às 20:21
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CRIME Marcelo da Silva foi denunciado pelo MPPE; provas genéticas pesam contra o acusado de matar Beatriz - FOTO: REPRODUÇÃO
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A audiência de instrução e julgamento do homem acusado de assassinar a menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, começa nesta terça-feira (22). A previsão é de que 16 testemunhas de acusação e de defesa, além do réu, sejam ouvidas no fórum da cidade. Diante da repercussão do caso, haverá reforço policial durante os dois dias de audiência.

Por questão de segurança, a Polícia Militar de Pernambuco não revela a quantidade de profissionais que serão deslocados pra a força-tarefa. Mas, em nota, a corporação destacou que foram convocados policiais do 5º Batalhão e também do 2ºBIESP ( Batalhão Integrado Especializado). 

A audiência está prevista para começar a partir das 8h. O réu confesso Marcelo da Silva, de 40 anos, estará sentado no banco dos réus e acompanhará todos os depoimentos. Preso no Presídio de Igarassu, no Grande Recife, ele já foi levado por policiais penais da Secretaria Executiva de Ressocialização para Petrolina. 

A audiência começará com os depoimentos das oito testemunhas de acusação - incluindo os pais de Beatriz, Lucinha Mota e Sandro Romilton,- arroladas pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

Em seguida, será a vez das oito testemunhas de defesa. Por fim, o réu também será interrogado, mas, como determina a lei, terá o direito de permanecer em silêncio. 

A imprensa não foi autorizada pela Justiça a acompanhar a audiência. Os repórteres poderão apenas fazer entrevistas e imagens em frente ao fórum.

Por causa do número alto de depoimentos, o Juízo da Vara do Júri de Petrolina agendou dois dias para a audiência. Caso nem todas as testemunhas compareçam - e o MPPE e a defesa insistam na presença delas - uma nova data será marcada para completar essa fase do processo.

Após isso, o representante do MPPE e o advogado de defesa do réu terão que apresentar as alegações finais. Só então, a juíza Elane Brandão Ribeiro irá decidir se Marcelo irá a júri popular.

Beatriz foi morta a facadas no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em 10 de dezembro de 2015. O autor do crime só foi descoberto em janeiro deste ano.

Réu confesso, Marcelo da Silva responde pelo crime de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante dissimulação, recurso que dificultou a defesa da vítima).

O acusado foi reconhecido por meio do cruzamento de DNA, a partir das amostras coletadas na faca usada no crime. Depois disso, a polícia foi até o presídio onde Marcelo estava, no Agreste de Pernambuco, e ele confessou o assassinato.

CONFISSÃO DO ASSASSINO DE BEATRIZ

Em depoimento gravado em vídeo, Marcelo deu detalhes de todo o crime. Ele disse que matou a menina para que ela parasse de gritar.

Marcelo contou que havia entrado no colégio, onde ocorria uma festa de formatura, para conseguir dinheiro.

Beatriz, que havia saído da quadra esportiva para beber água, teria começado a gritar ao perceber a presença do acusado próximo a ela. Ele, então, teria levado a menina até uma sala isolada, onde praticou o crime.

A descoberta do suspeito ocorreu duas semanas após os pais de Beatriz caminharem por 23 dias, de Petrolina até o Recife, para cobrar justiça. A caminhada, que encontrou apoiadores em todas as cidades, teve repercussão nacional e expôs a demora da polícia para solucionar o crime.

EMERSON PEREIRA/TV JORNAL
JUSTIÇA Pais de Beatriz saíram de Petrolina no último dia 5 de dezembro em uma verdadeira cruzada de mais de 700 km, e que durou mais de 20 dias, por respostas sobre o caso da filha - EMERSON PEREIRA/TV JORNAL

Além da ouvida do acusado, outras provas, como uma reprodução simulada na instituição de ensino, foram produzidas para a conclusão das investigações.

O inquérito policial foi concluído em julho deste ano. Contou com 27 volumes, totalizando 5.831 páginas.

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