Apenas nesta semana, Pernambuco já confirmou a morte de quatro crianças vítimas de complicações decorrentes do novo coronavírus. Entre elas, uma menina recém-nascida no Recife com quatro dias de vida, que faleceu no dia 6 deste mês e teve o óbito confirmado na terça-feira (12). Ontem o Estado também anunciou o óbito de um bebê de 7 meses, morador da capital pernambucana, que tinha leucemia e morreu no dia 12.
Além desses registros, uma menina de 6 anos, residente em Olinda, morreu no último dia 6 e teve a confirmação de covid-19 na segunda-feira (11). Ela tinha câncer e doença renal. Já na quarta-feira (13), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) anunciou a morte de um menino de 1 ano e 8 meses, morador do Recife. Ele foi a óbito por covid-19 no último dia 10 e tinha neuroblastoma – um tipo de câncer geralmente encontrado nas pequenas glândulas que ficam em cima dos rins.
Perfil dos óbitos na faixa etária pediátrica confirmados entre 11 de maio e 14 de maio:
11/05 - Menina de 6 anos, moradora de Olinda, no Grande Recife. Morreu no dia 6 de maio. Tinha câncer e doença renal
12/05 - Menina recém-nascida, moradora do Recife. Morreu no dia 6 de maio. Sem relato de doença preexistente
13/05 - Menino de 1 ano e 8 meses, morador do Recife. Morreu no dia 10 de maio. Tinha neuroblastoma
14/05 - Menino de 7 meses, morador do Recife. Morreu no dia 12 de maio. Tinha leucemia
Dessa maneira, o Estado totaliza seis mortes por causa do novo coronavírus na faixa etária até os 9 anos. Ainda entre as vítimas fatais nesse grupo pediátrico, ainda está o óbito de uma menina de 11 anos, que vivia com hidrocefalia e morava em Capoeiras, no Agreste de Pernambuco. A morte foi confirmada por covid-19, na última sexta-feira (8/5), pela SES.
Já no dia 5 de maio, Pernambuco anunciou o óbito de um bebê indígena de três dias de vida, devido a complicações da covid-19. Ele morava em Floresta, no Sertão pernambucano. A mãe do bebê teria realizado o parto em rede privada. O bebê deu entrada em uma unidade de saúde do município com sintomas de covid-19. Após o atendimento, a criança foi encaminhada para casa, onde apresentou uma piora, e o quadro evoluiu para insuficiência respiratória. O bebê faleceu em 30 de abril.
Também no mês passado, um menino de 7 meses, morador do Recife, foi a óbito. Ele tinha síndrome de Down, hipertensão pulmonar e cardiopatia congênita. De acordo com relato da família, ele apresentou febre, tosse e cansaço. Passou por atendimento em dois hospitais da rede pública, precisou ser entubado e, durante seu tratamento, utilizou antibióticos, como azitromicina. Também fez uso da hidroxicloroquina. Mas não resistiu às complicações do novo coronavírus e foi a óbito no dia 12 de abril.
O Estado também acumula outros seis óbitos entre 10 e 19 anos. A médica infectopediatra Alexsandra Costa, professora da Universidade de Pernambuco (UPE), explica que a faixa etária infanto-juvenil brasileira segue a tendência de adoecimento e complicações por covid-19 observada na China e em países europeus, locais por onde a epidemia primeiramente se disseminou. “Em geral, as crianças são menos afetadas pelo coronavírus. Observamos que as que mais apresentavam quadro com agravamento são aquelas com algum fator de risco, como a prematuridade, ou doença preexistente, a exemplo do câncer”, frisa Alexsandra, que é mestre em Saúde da Criança e do Adolescente pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ela ainda acrescenta que, até o momento, não há relatos de crianças sem fator de risco que tenham morrido no Estado.
Atualmente Pernambuco totaliza 122 casos graves de covid-19 e 72 leves na faixa etária até os 9 anos, além de outras 65 confirmações de quadros severos e mais 62 casos leves entre 10 e 19 anos. A letalidade (proporção entre o número de mortes por covid-19 e o número total dos doentes) pelo novo coronavírus, até os 19 anos, está em 3,7% no Estado – quase cinco pontos percentuais a menos do que na população em geral de Pernambuco, com índice é de 8,3%.