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Junho tem indicadores que sustentam queda da curva da covid-19 em Pernambuco, mas não é hora de relaxar

Menos infectados que em maio e redução da taxa de ocupação em UTI ainda não significam que se pode relaxar isolamento

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 30/06/2020 às 8:09 | Atualizado em 30/06/2020 às 8:09
DAY SANTOS/JC IMAGEM
Foram 3.540 pessoas diagnosticadas a menos em junho do que em maio - FOTO: DAY SANTOS/JC IMAGEM

O mês de junho, o primeiro após a quarentena mais rigorosa vivenciada por Pernambuco na segunda quinzena de maio, termina hoje com indicadores que têm sustentado a tendência de arrefecimento da curva epidêmica da covid-19 no Estado, que totaliza 58.476 pessoas já infectadas. Até ontem, 23.576 delas tiveram diagnóstico confirmado este mês – 3.540 a menos do que no mês passado, quando Pernambuco vivenciou a aceleração de casos e mortes em decorrência do novo coronavírus. Também ontem, após três meses com taxa de ocupação acima de 80%, as vagas de unidades de terapia intensiva (UTI) voltadas para casos suspeitos e confirmados de covid-19 em Pernambuco atingiram a ocupação média de 77% – taxa que não era alcançada desde 5 de abril. O percentual é baseado nos 1.065 leitos hospitalares públicos do Estado e da Prefeitura do Recife, que fizeram parceria, em maio, para ampliar vagas de UTI como uma das respostas à epidemia.

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Ao todo, neste momento, de acordo com dados da Central de Regulação de Leitos, que é responsável pelo encaminhamento de pacientes aos estabelecimentos de saúde vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS), há mais de 200 leitos de UTI vagos na rede, e a lista de espera está zerada desde o último dia 7 de junho. “Esses números confirmam a tendência de estabilização da covid-19 em Pernambuco, mas também deixam claro que ainda não é o momento de relaxarmos e comemorarmos, além de não podermos nos precipitar”, disse ontem o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, ao comentar sobre o platô observado atualmente no Estado e que é impulsionado, em grande parte, pelo cenário epidêmico do Recife, onde o registro de novos casos da doença têm se mantido relativamente estáveis no decorrer das últimas quatro semanas.

“Algumas regiões, como o Agreste, ainda apresentam dados discrepantes e, se houver descuidado, nada impede uma segunda onda de contaminação. Por isso, os pernambucanos têm um papel determinante, e precisamos manter distanciamento social, assim como as medidas de higiene, uso de máscara e o maior isolamento social possível”, acrescentou Longo.

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Um detalhe importante é que, por mais que o retrato geral do Estado apresente um cenário de estabilização, autoridades de saúde, médicos, sanitaristas, epidemiologistas e bioestatísticos passam a advertir (baseados nas demais localidades onde a pandemia despontou antes de chegar ao Brasil) que a covid-19 não se comporta com um pico único; ela se comporta em ondas, geralmente de aumento e redução de casos mediados principalmente pelas medidas de isolamento social.

É por isso que o processo de reabertura de atividades so-cioeconômicas, por mais conversador que seja, abranda o otimismo decorrente dos sinais de estabilização nas infecções pelo novo coronavírus. O plano de retomada do Estado prevê que pode acontecer eventualmente um novo aumento de casos de covid-19, o que pode levar a adoção de mais restrições – talvez até mais duras do que as vivenciadas na quarentena rígida de maio. Por isso, é muito precoce fazer qualquer prognóstico para Pernambuco. O mês de julho certamente apresentará reflexos da reabertura da economia e pode nos trazer mais orientações sobre uma nova normalidade.

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De fato, estamos todos aprendendo com a pandemia e, enquanto não houver uma vacina, o cuidado na dose certa é o melhor remédio contra o novo coronavírus. “Não é o temor absoluto nem o imobilismo. Não podemos ficar imobilizados pelo medo, mas precisamos ter cautela nas tomadas de decisão”, tem dito André Longo.

"Até agora, Pernambuco já abriu mais de 1.700 leitos, sendo 776 vagas de unidade de terapia intensiva”, diz o secretário André Longo

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