Em coletiva de imprensa online nesta sexta-feira (5), o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, informou que, com uma menor pressão da covid-19 na assistência hospitalar, o Estado deve iniciar a próxima semana sem fila de espera por um leito de unidade de terapia intensiva (UTI). "Já zeramos a lista por vagas em enfermaria, que chegava a 150 pessoas", disse o secretário. Ele acrescentou ainda que a fila de UTI, que já chegou a ter mais de 300 pacientes em maio, durante a aceleração da curva epidêmica em Pernambuco, tem hoje 35 pessoas.
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"Voltamos ao estágio pré-aceleração da epidemia e, em breve, vamos baixar a taxa de ocupação (de leitos) para um patamar melhor. Percebemos uma menor pressão no sistema de saúde nos últimos meses, e isso aponta para a retomada gradual, segura e lenta", frisou Longo, que acrescentou a necessidade de as autoridades de saúde estarem preparadas para a eventualidade de novas ondas (de casos e óbitos pelo novo coronavírus), mesmo diante do atual cenário de estabilização da covid-19 no Estado.
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Durante a coletiva, o secretário ainda anunciou que serão abertos, nos próximos dias, novos leitos dedicados a pacientes com sintomas de covid-19 pela Prefeitura do Recife e pelo Estado, com destaque para vagas na Maternidade Brites de Albuquerque, em Olinda; no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru; e no Dom Moura, em Garanhuns (estas duas últimas cidades no Agreste do Estado). Nesta sexta-feira (5), das 688 vagas de UTI em Pernambuco, 95% permanecem com pacientes. Além disso, a taxa de ocupação dos leitos de enfermaria (855 ao todo) está em 63%.
O secretário ainda acrescentou que comentários vêm sendo feitos, pela população em geral, sobre a prematuridade das decisões de reabertura das atividades e assegurou que tem "respeito por estas posições, mas precisamos voltar a esclarecer que nada será feito de forma insegura. Estas ações estão em concordância com a avaliação do comitê, que avalia os dados diariamente. Estas medidas estão sendo possíveis pelo resultado da colaboração dos pernambucanos, que entenderam a nossa mensagem e adotaram medidas de proteção e de isolamento", disse Longo. Para ele, a possibilidade de reabertura vislumbrada hoje é também um "reflexo direto desse trabalho que todos nós fizemos ao longo desse período, que envolveu a vigilância da doença, desde o início da pandemia, e também o maior esforço da abertura de novos leitos da história do nosso Estado", complementou.
Queda nas internações
Um dos indicadores levados em consideração para a retomada das atividades econômicas em Pernambuco, de acordo com o governo estadual, é a redução no número de hospitalizações por síndrome respiratória aguda grave (srag) – condição caracterizada pela necessidade de internação de pacientes com desconforto respiratório associado ou não a outros sintomas sugestivos da covid-19. Em entrevista coletiva online na quinta-feira (4), em Brasília, o secretário substituto de Vigilância do Ministério da Saúde, Eduardo Macário, destacou que só quatro Estados apresentam comportamento que sugere uma menor pressão na assistência hospitalar, Pernambuco entre eles.
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“A gente pode considerar que Amazonas, Pernambuco, Piauí e Rio começam a mostrar, mesmo com atraso (nas notificações), tendência de redução no número de hospitalizações por srag”, destacou Macário. A análise foi feita desde o início das notificações do novo coronavírus até a atual semana epidemiológica, que termina amanhã. O panorama apresentado pela pasta coincide com dados divulgados pelo governo de Pernambuco na segunda-feira (1º), quando foi apresentado o cronograma de retorno gradual das atividades comerciais. Esse restabelecimento, que considera o risco de cada segmento à saúde, monitora indicadores como a pressão hospitalar pela epidemia.
No início da segunda quinzena de maio, em Pernambuco, as solicitações por leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) e de enfermaria chegaram a 2.101. No fim de maio, o número caiu para 1.866. Pelo gráfico de pedidos por vagas para internamento, observa-se que praticamente em todo o mês de maio a capacidade instalada nos hospitais alcançou a saturação, o que levou a filas de espera por vaga de UTI, chegando a mais de 300 pessoas com quadro suspeito ou confirmação da infecção pelo novo coronavírus. No início desta semana, de acordo com o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, essa lista chegou a ter menos de 60 pacientes e, nesta sexta-feira (5), está com 35 pessoas.
Em entrevista coletiva no último dia 1º, o secretário de Planejamento e Gestão de Pernambuco, Alexandre Rebêlo, salientou que o governo monitora os dados de assistência hospitalar e que percebe o quanto tem caído o número de solicitações por leitos. “Isso mostra que a projeção, para os próximos dias, deixa entender que estamos num processo de estabilidade e início de queda. Como esses números mudam, vamos nos reunir a cada semana para avaliar se esse processo continua, melhora ou se volta a ter crescimento, com uma demanda pelos serviços de saúde”, disse Rebêlo. Ele acrescentou que, ao lado do monitoramento de casos e óbitos, o termômetro da necessidade de internamento ajudará a tomar medidas adequadas para a retomada das atividades.
Já no gráfico de óbitos por covid-19, observa-se que 14 de maio foi o dia em que o Estado registrou maior volume de mortes: 105. Como ainda se considera a possibilidade de confirmações tardias, esse número pode aumentar. Na quinta-feira (4), foram confirmados laboratorialmente em Pernambuco 122 óbitos. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), esse aumento no número de mortes está relacionado ao atraso na informação sobre os óbitos pela rede hospitalar. A SES explicou que 66,3% (81) das mortes relatadas no boletim ontem ocorreram entre abril e 30 de maio; 33,7% (41) foram registradas nos últimos quatro dias.
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