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Coronavírus: "Tendência é começar a semana sem fila para UTI", diz secretário

Segundo André Longo, atualmente 35 pessoas aguardam um leito de terapia intensiva em Pernambuco

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 05/06/2020 às 18:38 | Atualizado em 05/06/2020 às 19:07
HEUDES RÉGIS/SEI
DE OLHO NA COVID André Longo apela que pessoas não descuidem - FOTO: HEUDES RÉGIS/SEI

Em coletiva de imprensa online nesta sexta-feira (5), o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, informou que, com uma menor pressão da covid-19 na assistência hospitalar, o Estado deve iniciar a próxima semana sem fila de espera por um leito de unidade de terapia intensiva (UTI). "Já zeramos a lista por vagas em enfermaria, que chegava a 150 pessoas", disse o secretário. Ele acrescentou ainda que a fila de UTI, que já chegou a ter mais de 300 pacientes em maio, durante a aceleração da curva epidêmica em Pernambuco, tem hoje 35 pessoas. 

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"Voltamos ao estágio pré-aceleração da epidemia e, em breve, vamos baixar a taxa de ocupação (de leitos) para um patamar melhor. Percebemos uma menor pressão no sistema de saúde nos últimos meses, e isso aponta para a retomada gradual, segura e lenta", frisou Longo, que acrescentou a necessidade de as autoridades de saúde estarem preparadas para a eventualidade de novas ondas (de casos e óbitos pelo novo coronavírus), mesmo diante do atual cenário de estabilização da covid-19 no Estado. 

Durante a coletiva, o secretário ainda anunciou que serão abertos, nos próximos dias, novos leitos dedicados a pacientes com sintomas de covid-19 pela Prefeitura do Recife e pelo Estado, com destaque para vagas na Maternidade Brites de Albuquerque, em Olinda; no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru; e no Dom Moura, em Garanhuns (estas duas últimas cidades no Agreste do Estado). Nesta sexta-feira (5), das 688 vagas de UTI em Pernambuco, 95% permanecem com pacientes. Além disso, a taxa de ocupação dos leitos de enfermaria (855 ao todo) está em 63%. 

O secretário ainda acrescentou que comentários vêm sendo feitos, pela população em geral, sobre a prematuridade das decisões de reabertura das atividades e assegurou que tem "respeito por estas posições, mas precisamos voltar a esclarecer que nada será feito de forma insegura. Estas ações estão em concordância com a avaliação do comitê, que avalia os dados diariamente. Estas medidas estão sendo possíveis pelo resultado da colaboração dos pernambucanos, que entenderam a nossa mensagem e adotaram medidas de proteção e de isolamento", disse Longo. Para ele, a possibilidade de reabertura vislumbrada hoje é também um "reflexo direto desse trabalho que todos nós fizemos ao longo desse período, que envolveu a vigilância da doença, desde o início da pandemia, e também o maior esforço da abertura de novos leitos da história do nosso Estado", complementou. 

Queda nas internações 

Um dos indicadores levados em consideração para a retomada das atividades econômicas em Pernambuco, de acordo com o governo estadual, é a redução no número de hospitalizações por síndrome respiratória aguda grave (srag) – condição caracterizada pela necessidade de internação de pacientes com desconforto respiratório associado ou não a outros sintomas sugestivos da covid-19. Em entrevista coletiva online na quinta-feira (4), em Brasília, o secretário substituto de Vigilância do Ministério da Saúde, Eduardo Macário, destacou que só quatro Estados apresentam comportamento que sugere uma menor pressão na assistência hospitalar, Pernambuco entre eles.

“A gente pode considerar que Amazonas, Pernambuco, Piauí e Rio começam a mostrar, mesmo com atraso (nas notificações), tendência de redução no número de hospitalizações por srag”, destacou Macário. A análise foi feita desde o início das notificações do novo coronavírus até a atual semana epidemiológica, que termina amanhã. O panorama apresentado pela pasta coincide com dados divulgados pelo governo de Pernambuco na segunda-feira (1º), quando foi apresentado o cronograma de retorno gradual das atividades comerciais. Esse restabelecimento, que considera o risco de cada segmento à saúde, monitora indicadores como a pressão hospitalar pela epidemia.

No início da segunda quinzena de maio, em Pernambuco, as solicitações por leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) e de enfermaria chegaram a 2.101. No fim de maio, o número caiu para 1.866. Pelo gráfico de pedidos por vagas para internamento, observa-se que praticamente em todo o mês de maio a capacidade instalada nos hospitais alcançou a saturação, o que levou a filas de espera por vaga de UTI, chegando a mais de 300 pessoas com quadro suspeito ou confirmação da infecção pelo novo coronavírus. No início desta semana, de acordo com o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, essa lista chegou a ter menos de 60 pacientes e, nesta sexta-feira (5), está com 35 pessoas. 

Em entrevista coletiva no último dia 1º, o secretário de Planejamento e Gestão de Pernambuco, Alexandre Rebêlo, salientou que o governo monitora os dados de assistência hospitalar e que percebe o quanto tem caído o número de solicitações por leitos. “Isso mostra que a projeção, para os próximos dias, deixa entender que estamos num processo de estabilidade e início de queda. Como esses números mudam, vamos nos reunir a cada semana para avaliar se esse processo continua, melhora ou se volta a ter crescimento, com uma demanda pelos serviços de saúde”, disse Rebêlo. Ele acrescentou que, ao lado do monitoramento de casos e óbitos, o termômetro da necessidade de internamento ajudará a tomar medidas adequadas para a retomada das atividades.

Já no gráfico de óbitos por covid-19, observa-se que 14 de maio foi o dia em que o Estado registrou maior volume de mortes: 105. Como ainda se considera a possibilidade de confirmações tardias, esse número pode aumentar. Na quinta-feira (4), foram confirmados laboratorialmente em Pernambuco 122 óbitos. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), esse aumento no número de mortes está relacionado ao atraso na informação sobre os óbitos pela rede hospitalar. A SES explicou que 66,3% (81) das mortes relatadas no boletim ontem ocorreram entre abril e 30 de maio; 33,7% (41) foram registradas nos últimos quatro dias.

Um panorama da situação dos municípios pernambucanos

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