A pandemia não acabou. Essa é uma das frases que a sociedade escuta a todo o tempo para que sejam mantidas as medidas de proteção ao novo coronavírus, que continua a circular em todo o mundo. Em Pernambuco, que tem mantido uma estabilidade nos números de novos casos graves, a queda na taxa de ocupação dos leitos de terapia intensiva (UTI) não deve ser um fator para transmitir segurança à população. Na noite da quarta (29), durante webconferência promovida pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Laboratórios de Pernambuco (Sindhospe), o secretário Estadual de Saúde, André Longo, alertou para o fato de centenas de pacientes ainda permanecerem em vagas de UTI nos municípios pernambucanos. “Temos mais de 700 pessoas internadas ainda em UTI aqui no Estado”, disse o secretário, ao se referir a pacientes com suspeitas ou diagnóstico confirmado da covid-19.
Atualmente no Estado, a taxa de ocupação dos leitos públicos de UTI está em 73%, considerando pacientes suspeitos e positivos para a doença. São 848 vagas da rede estadual e 342 da municipal (Recife). Por um convênio firmado entre ambas as gestões, essa regulação hospitalar é compartilhada desde o início da pandemia.
Nos últimos meses, a taxa de ocupação caiu não só por uma queda no número de novos casos, mas também pela abertura de mais vagas nos hospitais. Na segunda-feira (27), o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou um levantamento que analisa o número de leitos nos Estados e capitais brasileiros de fevereiro a junho deste ano. O estudo mostra Pernambuco como o segundo Estado em ampliação da rede hospitalar. São 2.697 novos leitos criados para o enfrentamento à covid-19. O Estado de São Paulo contabilizou 5.354.
“O controle absoluto da epidemia só será possível com a vacinação. Reconhecemos o esforço de todos. Ainda é um momento delicado, pois permanece a transmissão sustentada do vírus em nosso Estado”, completou Longo, que participou da videoconferência ao lado do secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, e do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. O debate foi mediado pelo presidente do Sindhospe, George Trigueiro.