Após alguns dias de reabertura das escolas, já é possível perceber como a comunidade escolar e as famílias têm se adaptado ao retorno, especialmente agora, quando o cenário em Pernambuco passa de desaceleração para oscilação — ou, como creem alguns profissionais de saúde, de curva ascendente de casos da covid-19. Certamente todos nós ainda buscamos compreender esse novo cenário para lidar com os desafios impostos pelo ensino híbrido, aquele em que o aluno aprende uma parte pelo ensino online e outra na escola.
Em ambas as situações, é fato que as crianças e os adolescentes devem ser protegidos. Isso deve acontecer não apenas por causa do risco de infecção pela covid-19, mas também porque essa realidade mudou bastante a forma de os estudantes conviverem de maneira coletiva, seja no formato remoto ou nas aulas presenciais.
Para parte das famílias que opta pelo retorno à escola neste momento, seguindo o modelo híbrido, percebemos que há receios e insegurança, mesmo nos casos em que sabem o quanto o ambiente está organizado. Por outro lado, para o grupo que decide continuar com o ensino exclusivamente remoto, brotam também incertezas e medos, pois os pais não sabem se os colégios conseguirão dar conta do conteúdo da mesma forma para os estudantes que permanecem até o fim do ano letivo em casa e para aqueles que mesclam o online com o presencial.
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Ouvi de um especialista esta semana que o retorno à escola, especialmente para as crianças menores, pode não trazer mais tantos benefícios agora, em comparação com os meses de agosto e setembro, quando a curva epidêmica no Estado ainda estava em desaceleração. Com cerca de apenas um mês para terminar o ano letivo, as dúvidas sobre riscos e benefícios realmente aumentam.
Ainda ouvi de outro especialista que as instituições de ensino têm prezado tanto pela organização e pelo comprometimento com as regras sanitárias que os benefícios (especialmente emocionais) superam os perigos de infecção. "Se o ano foi iniciado na escola e agora há a possibilidade de retomada a esse ambiente, seguindo todos os protocolos, considero que é importante as crianças voltarem, mesmo faltando pouco tempo para as férias, pois elas precisam entender que um ciclo está sendo concluído", disse uma das pediatras com quem conversei nos últimos dias.
Percebo que, independentemente de retornarem ou não ao ambiente educacional físico, os estudantes precisam ser protegidos emocionalmente. "Os efeitos indiretos da covid-19 na criança e no adolescente podem ser maiores que o número de mortes causadas pelo vírus de forma direta", falou, em um dos pronunciamentos, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus. É por isso que a decisão pelo ensino híbrido ou pelo exclusivamente remoto depende muito das necessidades individuais vivenciadas por cada família. E todas devem ser respeitadas.
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