Paulo Câmara cobra Governo Bolsonaro por chegada de vacinas para ampliar campanha em Pernambuco
Gestor afirmou que o Estado está preparado para vacinar toda a população, mas que depende de "definições, de vacinas e de datas" do Programa Nacional de Imunização (PNI)
O governador Paulo Câmara esteve presente em solenidade nesta terça-feira (19) que marcou o início da campanha de vacinação do Recife no Hospital de Referência Unidade Boa Viagem Covid-19, antigo Alfa, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul da cidade. Quando questionado sobre prazos para cumprir a primeira e as posteriores etapas da imunização em Pernambuco, o gestor afirmou que o Estado está preparado, mas que depende de "definições, de vacinas e de datas" do Programa Nacional de Imunização (PNI), do Sistema Único de Saúde (SUS), gerido pelo governo federal.
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"O PNI ainda precisa ter suas outras etapas definidas, a gente está iniciando uma parte da primeira etapa, ainda temos que completá-la para irmos para a segunda, para a terceira e para quarta [etapa]. Isso precisa de definições, de vacinas, de datas. Pernambuco está pronto para cumprir todas essas etapas, com o planejamento que já fizemos e, ao mesmo tempo, com toda determinação que nós temos em tratar, cuidar das pessoas, como fizemos desde o início dessa pandemia, quando ela chegou em Pernambuco", afirmou o chefe do executivo estadual.
Nessa segunda-feira (18), Pernambuco recebeu cerca de 270 mil doses do imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan, e iniciou a campanha no mesmo dia, no Hospital Oswaldo Cruz, no Recife. Cada pessoa precisa de duas doses da vacina, portanto, a carga poderá ser aplicada em torno de 135 mil cidadãos. Neste primeiro momento, serão priorizados os idosos a partir dos 80 anos; idosos a partir dos 60 que estejam em instituições de longa permanência; profissionais de saúde que atuam em terapia intensiva (UTI) em unidade de referência para a Covid-19 e populações indígenas aldeadas.
Além da vacina CoronaVac, o imunizante desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no domingo (17). Câmara também torce para a chegada deste. "Estamos aguardando a possibilidade da CoronaVac, do Butantan, iniciar essa produção, que, segundo o governador de São Paulo colocou, pode chegar a 30 milhões de doses por mês. Estamos aguardando a chegada dos insumos e da autorização na questão da vacina da Fiocruz, que é outra grande vacina que vai fazer com que tenhamos escala e quantidade suficiente para vacinar os pernambucanos e os brasileiros. Ainda faltam respostas, esperamos que elas venham logo", disse.
Também presente na celebração, o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, garantiu que os lotes de vacina contra o coronavírus vão estar disponíveis para todos os municípios do Estado ainda nesta terça-feira (19). Segundo o chefe da pasta, a previsão é de que as doses cheguem a todas as Gerências Regionais de Saúde (Geres) até as 14h. A responsabilidade de buscar os lotes, no entanto, é de cada prefeitura.
"Hoje, nosso esforço é fazer com que essas doses de vacina cheguem a todos os municípios. Nossa logística envolve cerca de 5 mil pessoas. A Secretaria de Defesa Social tem como meta que até as 14h todas as Geres estejam com as doses disponíveis para que os municípios possam pegar. Vários já estão mobilizados para estar na sede quando as vacinas chegarem", conta.
Longo celebrou a chegada do imunizante, mas pediu para que a população não afrouxe as medidas sanitárias aconselhadas para evitar a disseminação da covid-19. "É o começo de um momento muito importante, mas, como o governador e todos nós temos procurado falar, precisamos manter o cuidado. Trabalhadores da saúde, precisamos estar atentos e difundindo a mensagem de cuidado. Ainda teremos meses difíceis até que a gente atinja um nível de imunidade que possa proteger, de fato, toda a nossa população", alertou.
Vacinação em Pernambuco
Em Pernambuco, neste primeiro momento, as 270 mil doses serão destinadas a trabalhadores de saúde atuantes em UTIs e enfermarias de atendimento à covid-19, além dos vacinadores, idosos em instituições de longa permanência, pessoas com deficiência institucionalizadas e indígenas aldeados.
A expectativa do Estado é de que sejam vacinados 34% dos trabalhadores de saúde pernambucanos (mais de 99 mil) e 100% dos demais públicos: 26,5 mil indígenas, 2,5 mil idosos institucionalizados e 130 pessoas com deficiência institucionalizados. De acordo com orientação do Ministério da Saúde, a segunda dose deve ser aplicada em um período entre duas e quatro semanas após a primeira. O Estado ainda tem orientado que, neste momento, a vacinação ocorra nos serviços de saúde, nas instituições e aldeias, ou seja, indo até o público prioritário.