Poliomielite volta ao radar: baixa vacinação contra doença em Pernambuco preocupa

Neste ano, até o momento, a cobertura vacinal está em 46,7%
Cinthya Leite
Publicado em 22/07/2022 às 19:04
Na rede pública, as doses, a partir de 1 ano de idade, são feitas com a vacina oral Foto: FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL


O caso de poliomielite confirmado, nesta quinta-feira (21), em Nova Iorque (EUA), em um paciente não vacinado, após quase uma década sem registro, acende alerta das autoridades para o risco de volta da doença já erradicada no Brasil. A cobertura vacinal, no País, está abaixo do mínimo de 95% recomendado pelo Ministério da Saúde.

Em Pernambuco, o cenário também é preocupante: a taxa saiu de 100,08% em 2012 para 67% em 2021. E este ano, até o momento, a cobertura está em 46,7%.  

Até a década de 1950, a poliomielite causava verdadeiro pânico no mundo inteiro, devido a consequências tão graves quanto a paralisia ou a incapacidade de respirar sem a ajuda de aparelhos.

A situação atual é delicada porque assistimos à volta de registros da doença ao redor do mundo e pelo aumento de famílias que escolhem não vacinar seus filhos.

Preocupante é que a doença se espalha em populações com baixa cobertura vacinal. E esse é o panorama vivenciado atualmente em vários partes do Brasil. No País, o ano de 2021 terminou com uma cobertura contra a doença de 69,92%.

Além do caso em Nova Iorque, a doença ressurgiu em Israel e também teve uma nova cepa no Malaui, sudeste da África. Essas confirmações recentes, num cenário de baixa cobertura vacinal, fazem o Brasil despontar com alto risco de retorno da pólio.

Há dois esquemas de doses contra a doença: um deles é o injetável, aos 2, 4 e 6 meses, com reforços entre 15 e 18 meses e entre 4 e 5 anos de idade. Na rede pública, as doses, a partir de um ano de idade, são feitas com a vacina oral. Na rotina de vacinação infantil, nas Unidades Básicas de Saúde, a oral é aplicada nas doses de reforço dos 15 meses e dos 4 anos e em campanhas de vacinação para crianças de 1 a 4 anos.

A pólio permanece endêmica em três países: Afeganistão, Nigéria e Paquistão. Como resultado da intensificação da vacinação, no Brasil não há circulação de poliovírus selvagem (da poliomielite) desde 1990. Em 1994, a Organização Pan-americana de Saúde (Opas) declarou a erradicação nas Américas do vírus selvagem da poliomielite.

Os sintomas da poliomielite variam conforme as formas clínicas, desde ausência de sinais até manifestações neurológicas mais graves. A poliomielite pode causar paralisia e até mesmo a morte.

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