Febre, calafrio, dores no corpo e dor de cabeça estão entre os principais sintomas iniciais da varíola dos macacos. Algumas manifestações podem acometer, inclusive, a visão.
O oftalmologista Alexandre Ventura, diretor do Instituto de Olhos Fernando Ventura, orienta que, quando a vista arder, lacrimejar e estiver avermelhada, é preciso procurar atendimento oftalmológico, especialmente se esse quadro vir acompanhado de outros sintomas da varíola dos macacos, que pode levar à perda de visão.
“A varíola dos macacos pode causar alguns problemas nos olhos, assim como outras inflamações virais. A perda da visão pode acontecer, em raros casos, desde que o paciente não cuide bem dessa área do corpo durante a doença”, explica Alexandre.
A varíola dos macacos lembra a catapora. Em ambas as doenças, a inflamação ocular pode ocorrer, de forma leve. O oftalmologista Alexandre Ventura destaca que, dependendo da intensidade da enfermidade, da idade e do histórico de doenças, pode ocorrer um aumento dos gânglios linfáticos perioculares e formação de vesículas na região palpebral, evoluindo para uma conjuntivite.
“Essa conjuntivite pode levar a um foco ocular na conjuntiva ou na córnea. São nesses lugares que o vírus pode começar a reproduzir e levar até uma úlcera de córnea, provocando uma perda de visão”, acrescenta o diretor do IOFV.
O médico frisa que automedicação (uso de medicamentos por conta própria, sem a orientação de um profissional) pode atrapalhar o tratamento da doença. É fundamental procurar um médico clínico-geral ou oftalmologista assim que os primeiros sintomas sugestivos da varíola dos macacos aparecerem.
"Deve-se evitar coçar a lesão para não causar outras e lubrificar bem o olho. Existem colírios lubrificantes ou soros fisiológicos. É importante lavar a mão com frequência. O paciente deve ser isolado, pois a varíola dos macacos é contagiosa", finaliza Alexandre Ventura.