*Atualizada em 23/09, às 10h46
O novo boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado na quarta-feira (21), aponta para queda nos casos de síndrome respiratória aguda grave (srag) nas tendências de longo (últimas seis semanas) e curto prazo (últimas três semanas).
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Sobre a semana epidemiológica de número 37, que compreende o período de 11 a 17 de setembro, o boletim tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 19 de setembro.
INFLUENZA H3N2
Apesar da queda nos casos de srag, o boletim desponta com uma observação importante.
O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, alerta para o aumento recente de casos associados à influenza A: o vírus H3N2, que gerou um surto fora de época no fim do ano passado, está aparecendo novamente em São Paulo.
Os indícios na capital paulista sinalizam tendência de aumento de srag nas últimas semanas, observado especialmente em crianças e adolescentes, e pode estar associado ao aumento de casos de influenza. "Por isso, não podemos esquecer da vacina para ter a melhor proteção possível”, destacou o coordenador do InfoGripe.
A reportagem do JC entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES) para saber como estão os casos de gripe no Estado.
Segundo a pasta, as últimas amostras com resultados detectáveis de influenza A no Estado, analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PE), ocorreram na semana epidemiológica de número 10 deste ano (primeira quinzena do mês de março). Portanto, desde março, não se detecta laboratorialmente influenza A em Pernambuco.
Vírus respiratórios
Os dados do boletim da Fiocruz, referentes aos resultados laboratoriais por faixa etária, seguem apontando para amplo predomínio do vírus da covid-19, especialmente na população adulta.
No Brasil, nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de 9,7% para influenza A; 0,8% para influenza B; 8,6% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 55,8% para o coronavírus (covid-19).
Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos, no período de análise, foi de 1,9% para influenza A; 0% para influenza B; 0% para VSR; e 90,3% para coronavírus.
Os dados atuais sugerem que a tendência de aumento de casos entre crianças e adolescentes (0 a 17 anos), observada na maioria dos Estados a partir do fim de julho, dá claros indícios de interrupção na maioria dos Estados, com alguns desses já apresentando início de processo de queda.
No cenário geral, observa-se queda ou estabilidade na incidência de casos em praticamente todas as faixas etárias da população adulta. A curva nacional segue apontando para um patamar inferior ao observado em abril de 2022, até então o mais baixo desde o início da epidemia de covid-19 no Brasil.
SRAG: como está a situação dos Estados e capitais?
Das 27 unidades federativas, apenas o Amapá apresenta crescimento na tendência de longo prazo até a semana de número 37, segundo o boletim da Fiocruz. No entanto, o cenário mais recente é compatível com oscilação em torno de patamar estável.
Quatro das 27 capitais mostram crescimento na tendência de longo prazo até o mesmo período: Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Macapá (AP), plano piloto e arredores de Brasília (DF), embora ainda compatíveis com cenário de oscilação em torno de patamares estáveis.
Nas demais, o sinal é de queda ou estabilidade na tendência de longo prazo e estabilidade nas semanas recentes (curto prazo).
VACINAÇÃO CONTRA GRIPE EM PERNAMBUCO
Os municípios pernambucanos estão autorizados, desde julho, a vacinar contra a gripe todos os seus moradores a partir dos 6 meses de idade.
A orientação é que os municípios podem ampliar o acesso à vacina contra gripe, porém devem seguir otimizando seus estoques para priorizar aquelas pessoas que fazem parte dos grupos prioritários, principalmente as crianças e os idosos.
Até o fim da campanha contra influenza, no fim de junho, apenas o grupo prioritário formado pelos povos indígenas bateu a meta mínima estabelecida pelo Ministério da Saúde, que é de 90% de cobertura vacinal (91,3%).
A baixa cobertura vacinal nos demais públicos-alvos preocupa a Secretaria Estadual de Saúde (SES).
"Precisamos estar atentos principalmente a dois importantes grupos considerados mais vulneráveis: as crianças e os idosos. Em Pernambuco (até o fim da campanha, em junho), 48,8% das crianças de 6 meses a menores de 5 anos receberam a proteção ofertada pela vacina, com 321.444 doses aplicadas. O público a vacinar nesta faixa etária é estimado em 603.525 meninos e meninas", ressaltou a superintendente de Imunizações de Pernambuco, Ana Catarina de Melo.
"Para os idosos, a cobertura vacinal segue a mesma linha. Até o fim da campanha, foram aplicadas 674.444 doses, contabilizando uma cobertura de 44,9%. A meta era vacinar 1.252.642 das pessoas com mais de 60 anos de idade."
Além do incremento oriundo da ampliação, os gestores municipais devem ficar atentos aos seus estoques da vacina para garantir o acesso das gestantes à vacinação ao longo do ano.
"O Ministério da Saúde envia para os Estados todo o quantitativo de doses de vacinas estipulado para utilização na Campanha Nacional de Vacinação. Para 2022, recebemos mais de 3,5 milhões de doses da vacina que protege contra a influenza, incluindo as cepas H1N1, H3N2, a cepa Darwin, e tipo B", alerta Ana Catarina.
Ela acrescenta que as cidades já estão de posse dos quantitativos para realizar as estratégias de imunização. "A análise do estoque deve incluir uma estimativa do contingente populacional de gestantes de cada território, para assegurar que o acesso seja oportunizado a elas durante todo o ano."
O Ministério da Saúde estabelece como grupos prioritários para a vacina da influenza os idosos; trabalhadores de saúde; crianças de 6 meses a menores de 5 anos; gestantes e puérperas; povos indígenas; professores; pessoas com comorbidades; funcionários do Sistema Privado de liberdade; e população privada de liberdade.
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