Oito meses após o período de explosão de casos da gripe (influenza A, decorrente do H3N2), o vírus influenza começa a aparecer novamente no Recife.
Segundo a Secretaria de Saúde do Recife (Sesau), ao fazer monitoramento da circulação dos vírus responsáveis por síndromes gripais, a vigilância municipal detectou um resultado positivo para influenza B, por critério laboratorial, na 38ª semana epidemiológica deste ano (compreende o período de 18 de setembro a 24 de setembro).
O registro foi feito por unidade sentinela para monitoramento da síndrome gripal no Recife.
"Trata-se de uma criança de 4 anos, moradora do bairro de Jardim São Paulo (Zona Oeste da capital pernambucana). O menino começou com sintomas no dia 8 de setembro e foi atendido em um hospital da rede municipal", informa a Sesau.
A secretaria acrescenta que, como o menino não apresentou sintomas graves, recebeu alta.
"A secretaria explica ainda que não há registro de que a criança tenha recebido a vacina da gripe na cidade", acrescenta.
INFLUENZA: COMO ESTÃO OS CASOS DE GRIPE EM PERNAMBUCO?
No último dia 23, a coluna Saúde e Bem-Estar, deste JC, entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES) para saber como estão os casos de gripe no Estado.
Segundo a pasta, as últimas amostras com resultados detectáveis de influenza A no Estado, analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PE), ocorreram na semana epidemiológica de número 10 deste ano (primeira quinzena do mês de março). Assim, naquela ocasião, a SES informou que, desde março, não se detecta laboratorialmente influenza A em Pernambuco.
INFLUENZA: AUMENTO DE CASOS DE GRIPE EM OUTROS ESTADOS
O boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado na quarta-feira (21), trouxe uma observação importante.
O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, alertou para o aumento recente de casos associados à influenza A: o vírus H3N2, que gerou um surto fora de época no fim do ano passado e está aparecendo novamente em São Paulo.
Os indícios na capital paulista sinalizam tendência de aumento de srag nas últimas semanas, observado especialmente em crianças e adolescentes, e pode estar associado ao aumento de casos de influenza. "Por isso, não podemos esquecer da vacina para ter a melhor proteção possível”, destacou o coordenador do InfoGripe.
VÍRUS RESPIRATÓRIOS
Os dados do boletim da Fiocruz, referentes aos resultados laboratoriais por faixa etária, seguem apontando para amplo predomínio do vírus da covid-19, especialmente na população adulta.
No Brasil, nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de 9,7% para influenza A; 0,8% para influenza B; 8,6% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 55,8% para o coronavírus (covid-19).
Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos, no período de análise, foi de 1,9% para influenza A; 0% para influenza B; 0% para VSR; e 90,3% para coronavírus.
Os dados atuais sugerem que a tendência de aumento de casos entre crianças e adolescentes (0 a 17 anos), observada na maioria dos Estados a partir do fim de julho, dá claros indícios de interrupção na maioria dos Estados, com alguns desses já apresentando início de processo de queda.
No cenário geral, observa-se queda ou estabilidade na incidência de casos em praticamente todas as faixas etárias da população adulta. A curva nacional segue apontando para um patamar inferior ao observado em abril de 2022, até então o mais baixo desde o início da epidemia de covid-19 no Brasil.
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